Redação, Brasília (DF), 16 de outubro de 2025 – Em discurso na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, o senador Izalci Lucas (PL-DF) criticou duramente a base governista por supostamente “blindar” Frei Chico, irmão do presidente Lula, e impedir seu depoimento nas apurações de fraude no sistema previdenciário, com ampla proteção de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Izalci, a derrubada dos requerimentos que pediam sua convocação demonstra que “o governo não quer investigar a roubalheira”.
Frei Chico ocupa a vice-presidência do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).
A polêmica gira em torno de acusações de que ele teria operado para o sindicato firmar contratos com o INSS, especialmente em casos envolvendo beneficiários sem biometria, o que pode favorecer distorções e desvios.
Izalci chegou a afirmar que “uma instituição como o Sindnapi arrecadou R$ 600 milhões” e que já teve bloqueios financeiros ordenados pela Justiça, inclusive por decisão do ministro do STF André Mendonça, que mandou congelar cerca de R$ 390 milhões.
Durante a sessão da CPMI, o pedido de convocação do irmão do presidente foi derrotado por 19 votos contrários (da base governista) e apenas 11 favoráveis. Izalci questionou os procedimentos e fez críticas explícitas à articulação política do governo: “O governo colocou a tropa de choque toda aqui. Hoje nós não temos maioria … Se o Frei Chico não pode vir, é porque teme alguma coisa.”
Ele também destacou que, como parente de primeiro grau do presidente, Frei Chico não poderia participar de acordos de cooperação técnica com o INSS, conforme previsão legal. “A lei é clara: se tem parente até segundo grau […] não poderia nem participar”, afirmou.
Apesar da derrota na votação, Izalci afirmou que a CPMI já colheu avanços importantes: quebras de sigilo bancário e fiscal de pessoas e instituições envolvidas, além de bloqueios de bens. “Hoje já está muito claro para onde o dinheiro foi e quantos bilhões foram roubados do INSS”, declarou.
A movimentação e as críticas do senador revelam não apenas o embate político dentro da investigação, mas também uma escalada de disputas de poder simbólico. Acusações de corrupção em órgãos de proteção social, como o INSS, têm alto potencial explosivo eleitoral, sobretudo quando envolvem nomes ligados ao núcleo do governo.
Resta saber como serão os próximos capítulos da CPMI: se haverá força para novos requerimentos, convocações ou aprofundamento das investigações, mesmo com resistência parlamentar. Afinal, para Izalci, “os fatos falam por si”.
Fonte: noticiastudoaqui.com