Feminicídios disparam na Amazônia Legal: 586 mulheres foram assassinadas em um ano



Redação, Porto Velho (RO), 22 de novembro de 2025 - A violência de gênero avança de forma alarmante na Amazônia Legal, com registros de 586 feminicídios em 2024, segundo dados recentes citados pela Agência Brasil. A taxa corresponde a 4,1 mortes a cada 100 mil mulheres, o que representa um aumento de 21,8% acima da média nacional.

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De acordo com especialistas, a realidade das mulheres na região amazônica é especialmente vulnerável. Muitas vivem em áreas rurais, ribeirinhas e indígenas, longe de centros urbanos, o que dificulta o acesso a políticas de proteção e acolhimento. A ativista Samira Bueno destacou que é urgente desenvolver modelos de enfrentamento à violência que dialoguem com a realidade local: “Como você lida com violência doméstica em uma aldeia indígena? Em um município de fronteira, sem delegacia especializada?”, questiona.

Um estudo do Instituto Igarapé, citado pela CNN Brasil, mostra que as taxas de homicídio de mulheres na Amazônia Legal são superiores às do restante do país. Além disso, o relatório aponta para um aumento acentuado da violência não letal — física, patrimonial e psicológica — enfrentada por mulheres na região.

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O contexto de violência é agravado por outros fatores estruturais na Amazônia. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e do Instituto Mãe Crioula, a taxa de mortes violentas intencionais de mulheres — que inclui feminicídios — é 34% maior na Amazônia Legal do que a média nacional. A colonialidade da região, marcada por exploração de recursos, conflitos fundiários, presença de facções criminosas e baixa presença institucional, é apontada por analistas como uma das raízes dessa violência.

Especialistas pedem ações urgentes: mais delegacias de atendimento à mulher, investimento em políticas de empoderamento econômico e suporte às vítimas em territórios remotos, além de uma presença estatal mais efetiva para prevenir e punir a violência de gênero.

Em suma, o dado de 586 mulheres assassinadas em um ano na Amazônia Legal não é apenas uma estatística — é um reflexo brutal da desigualdade, vulnerabilidade e da necessidade urgente de políticas de proteção e transformação social na região.

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Fonte: noticiastudoaqui.com



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