
Um vídeo viralizado nesta terça-feira mostra o ex-governador Confúcio Moura (MDB) visivelmente constrangido diante de uma pergunta sobre a criação de reservas no município de Costa Marques, durante evento público. O episódio reacende questionamentos sobre compromissos ambientais, direitos territoriais e transparência política em Rondônia.
O episódio
O momento ocorreu durante um encontro eleitoral ou agenda pública na cidade de Costa Marques, no interior de Rondônia. Um cidadão presente perguntou diretamente a Confúcio Moura se ele apoiaria ou adotaria medidas para criação de reservas — possivelmente ambientais ou territoriais — no município. Segundo o vídeo, o ex-governador evitou responder, desviou o olhar e saiu do local, gerando vaias de parte da plateia.
Apesar de indagado, Moura não mencionou prazos, estudos ambientais ou disposição de diálogo com a população local. A reação abrupta provocou novas especulações sobre sua real posição quanto à questão das reservas em Costa Marques.
Contexto político e ambiental
Costa Marques é uma cidade de fronteira, localizada no vale do rio Guaporé, cuja área apresenta vulnerabilidades ambientais, pressões de uso da terra, presença de comunidades tradicionais — inclusive povos indígenas e populações ribeirinhas — e interesses de expansão agrícola.
A criação de reservas, sejam reservas ambientais (para proteção de ecossistemas) ou reservas extrativistas/comunitárias, é tema sensível nessas regiões, pois envolve:
- Possíveis restrições ao agronegócio local;
- Direitos de ocupação e uso pelos moradores tradicionais;
- Necessidade de compensações ou apoio institucional em alternativas de renda sustentável;
- Conflitos fundiários e disputas de terra.
No cenário político rondoniense, Confúcio Moura possui histórico intenso de atuação — tanto no governo do Estado quanto como figura política influente — o que torna sua postura pública sobre meio ambiente e uso da terra enormemente relevante, especialmente em ano eleitoral.
Consequências simbólicas e repercussão local
- Desconfiança e cobrança
A atitude de evitar resposta pública pode ser interpretada como falta de compromisso ou clareza frente a uma reivindicação legítima da população local. A visibilidade do vídeo tende a agitar redes sociais e fóruns comunitários em Costa Marques, que esperam definições mais firmes dos seus representantes. - Questão da representatividade
Ao evitar falar sobre reservas, Moura deixa em aberto uma lacuna: os moradores tradicionais e ambientalistas não têm garantias de serem ouvidos ou considerados em decisões que afetem diretamente suas terras e seu modo de vida. - Pressão por transparência
O episódio eleva o grau de cobrança à política local e estadual para que seja mais transparente o posicionamento sobre temas ambientais regionais — especialmente em áreas sensíveis, como o Vale do Guaporé, fronteira ecológica entre Rondônia e Bolívia.
Lacunas e próximos passos para apuração
Para transformar essa narrativa em reportagem aprofundada, seria necessário:
- Verificar emendas, projetos ou proposições de Moura relacionadas com criação de reservas ambientais ou zonas de proteção em Costa Marques e municípios vizinhos.
- Investigar histórico de decisões governamentais que impactaram reservas (criação, extinções, modificações) sob sua gestão.
- Ouvir lideranças indígenas, comunidades ribeirinhas, ambientalistas locais e acadêmicos para saber o que esperam ou temem com uma possível reserva.
- Acompanhar reações dos órgãos ambientais estaduais (SEMA-RO) ou federais (IBAMA) sobre eventual projeto de reserva nessa localidade.
- Buscar esclarecimentos diretamente com o ex-governador Mora sobre o episódio — se ele pretende manifestar-se oficialmente.
Fonte: noticiastudoaqui.com