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PARAQUEDISTAS: PASSADO DE VOLTA - “Eles acham que aqui só tem índio”, critica o ex-prefeito Hildon Chaves o ingresso de outsiders

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Em 9 de outubro de 2025, o portal Painel Político publicou que o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, disparou críticas contundentes contra o que chamou de pretensões de “políticos de fora” que estariam mirando Rondônia para disputar cargos nas eleições de 2026.

No foco de sua insatisfação, estariam Cabo Daciolo (ex-deputado federal) e Michelle Bolsonaro, cujas movimentações políticas e mudança de título eleitoral sinalizam possíveis candidaturas ao Senado ou a outros cargos estaduais.

Chaves chegou a afirmar que tais candidatos “acham que aqui só tem índio”, expressão que pretende simbolizar o suposto subestimar da população local e de sua maturidade política. Segundo ele, “essas pessoas acham que nós rondonienses somos bobos”, numa alusão à tentativa, em sua visão, de impor nomes de fora com discurso externo ao contexto político local.

Essa manifestação evidencia um debate recente que tem se intensificado em Rondônia: o da representatividade local frente à entrada de figuras nacionais com apelo midiático e simbólico, mas sem raízes políticas na região.

Cabo Daciolo e a transferência de título

O tema se volta sobretudo em torno da recente transferência do título eleitoral de Cabo Daciolo do Rio de Janeiro para Porto Velho, o que abre caminho para que ele dispute cargo no estado. Daciolo é uma figura conhecida no cenário nacional, especialmente entre parcelas eleitorais com perfil religioso e conservador.

Michelle Bolsonaro e sua aproximação política de Rondônia

Por outro lado, Michelle Bolsonaro vem intensificando sua presença em Rondônia. Em 27 de setembro de 2025, participou de evento do PL Mulher em Ji-Paraná, onde descartou candidatura presidencial, mas reforçou intenção de apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro em 2026. Apesar de não ter confirmado candidatura ao Senado, especula-se que aliados do PL estariam avaliando essa possibilidade para o estado.

Essa combinação — figura nacional conhecida, apelo simbólico, e penetração em território político novo — tem produzido reações de lideranças locais como Hildon Chaves, que reivindicam protagonismo e expressam resistência a uma “invasão” política externa.

Legitimidade política e laços com a base

Uma candidatura “de fora” enfrenta um desafio de legitimidade: necessidade de construir vínculos reais com eleitores locais, demonstrando conhecer demandas regionais, concentrar articulação política no interior do estado e conectar-se com lideranças comunitárias. Caso contrário, corre-se o risco de que o discurso local — de “gente da casa” — prevaleça contra o nomadismo eleitoral.

Aura simbólica e capilaridade midiática

Candidatos com visibilidade nacional exploram sua “marca” simbólica como diferencial: reconhecimento no Brasil todo, capacidade de mobilização externa, discurso potente em redes sociais, acesso a apoio midiático e eleitoral além dos limites estaduais. Isso pode pôr pressão sobre as estruturas políticas locais, inclusive sobre prefeitos, vereadores e lideranças que precisarão decidir com quem se alinhar.

Reação de lideranças locais

A fala de Hildon Chaves é sintomática dessa resistência. Ele representa uma ala que defende que Rondônia não seja tratada como palco para atores externos incapazes de entender o contexto regional. Essa retórica pode consolidar um voto “territorialista”, em que se privilegie candidatos nascidos ou atuantes historicamente no estado.

Riscos retóricos e repercussão

A expressão “só tem índio” é polêmica e traz implicações simbólicas fortes: pode ser interpretada como discurso de subestimação ou até insulto aos valores culturais regionais e às populações originárias. Embora usada como metáfora por Chaves para denunciar condescendência, o uso desse tipo de frase exige cautela, pois pode gerar repercussão negativa, acusações de discurso estereotípico ou discursos de exclusão.

Projeções para 2026 e implicações eleitorais

  • Polarização entre “nativos” e “externos”: espera-se que uma linha de campanha se consolide entre quem é percebido como “de Rondônia” x quem chega de fora com apelo nacional.
  • Pressão sobre alianças estaduais: lideranças locais terão que decidir se aderem a nomes nacionais promissores ou preservam sua base local, evitando “outsiders”.
  • Construção de narrativa identitária: candidatos de Rondônia podem explorar discursos de identidade política cultural, territorial e de pertencimento.
  • Desafio de penetração interna: para Michelle ou Daciolo fazerem frente, será necessário que construam presença organizada nos municípios — base eleitoral que costuma decidir eleições de senadores ou governadores.

Fonte: noticiastudoaqui.com

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