Brasília, 03/06/2025 – Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (3/6), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre o escândalo que ficou conhecido como “Farra do INSS”, revelado pelo portal Metrópoles em uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023.
Durante sua fala, Lula destacou o compromisso do governo com a investigação e punição dos responsáveis pelos descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No entanto, o presidente ressaltou que orientou a Polícia Federal (PF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) a adotarem “muita cautela” nas apurações, a fim de evitar punições precipitadas.
“Não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada, por isso a cautela, que eu disse à CGU, que eu disse à Polícia Federal: muita cautela para a gente não levar uma pessoa a ser crucificada e depois ter que pedir desculpa. Não tem importância que demore uma semana a mais”, afirmou Lula.
O presidente também destacou a necessidade de garantir o direito de defesa às entidades investigadas, muitas das quais ainda não apresentaram documentação capaz de comprovar a veracidade das assinaturas utilizadas para autorizar os descontos.
“Dando uma chance às entidades para que elas apresentem provas da veracidade da assinatura das pessoas. Até agora, não apresentaram. Se alguma apresentar, será levada muito a sério, será investigada corretamente e, se ela não cometeu nenhum erro, não tem que pagar o preço. Mas as outras terão que pagar o preço”, completou.
O governo federal montou um grupo de trabalho com representantes da AGU, da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF) e do próprio INSS para discutir a devolução dos valores cobrados indevidamente de aposentados e pensionistas.
Lula garantiu que a restituição será realizada, mas reforçou que todo o processo será conduzido com o rigor técnico e jurídico necessários para assegurar justiça e evitar novos prejuízos às vítimas.
O esquema foi revelado em uma série de 38 reportagens publicadas pelo Metrópoles, que mostraram como entidades arrecadaram cerca de R$ 2 bilhões em um ano com descontos aplicados a segurados do INSS, muitos deles mediante fraudes na filiação.
As investigações apontaram que milhares de aposentados e pensionistas eram inscritos nessas associações sem o seu consentimento, tendo descontos efetuados diretamente na folha de pagamento de seus benefícios.
A gravidade das denúncias levou à abertura de um inquérito policial e motivou a deflagração da Operação Sem Desconto, realizada no dia 23 de abril pela Polícia Federal. A ação culminou na demissão do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, ampliando a crise política no governo.
Durante a coletiva, Lula voltou a responsabilizar a gestão anterior pela origem do problema:
“Todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo passado. Possivelmente propositadamente. Queremos ir a fundo. A CGU é muito séria, a AGU é muito séria, e a Polícia Federal é muito séria. Então nós vamos investigar. Quem errou vai ser punido.”
A fala do presidente busca reforçar o tom institucional e o compromisso com a lisura nas investigações, ao mesmo tempo em que evita a responsabilização direta de servidores ou entidades antes da conclusão dos processos.
O escândalo do INSS segue como um dos principais desafios do governo Lula em 2025, com repercussões políticas, jurídicas e sociais ainda em curso.
Fonte: noticiastudoaqui.com
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