
Decisão de Sérgio Gonçalves sepulta chances de reconciliação com o governador e reconfigura o cenário político rumo às eleições de 2026
Redação, 30 de junho de 2025 – A crise entre o governador Marcos Rocha e seu vice, Sérgio Gonçalves, atingiu um ponto crítico e aparentemente irreversível. O rompimento político, que já se desenhava nos bastidores, ganhou contornos oficiais com a decisão de Gonçalves de acionar a Justiça contra um ato da Assembleia Legislativa de Rondônia que alterou a Constituição Estadual para permitir que o chefe do Executivo governe remotamente, mesmo estando fora do território estadual e nacional.
O recurso judicial do vice-governador é encarado, por analistas e aliados, como um desafio direto e sem volta ao comando de Rocha, que o escolheu pessoalmente como parceiro de chapa. Embora seja legítimo questionar a emenda aprovada pelos deputados, o fato de o questionamento vir do próprio vice representa uma ruptura institucional e simbólica sem precedentes recentes no Palácio Rio Madeira.
Nos bastidores, já se fala em consequências imediatas: o distanciamento definitivo de Sérgio Gonçalves do núcleo de governo e sua provável exoneração da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pasta considerada estratégica e onde vinha sendo elogiado pelo desempenho técnico. A confiança entre os dois já havia se desgastado, mas agora a crise é pública e tende a produzir desdobramentos eleitorais.
Impacto direto nos planos de Rocha e Luana
A tensão chega em um momento decisivo para os planos políticos de Marcos Rocha. O governador avalia deixar o cargo em 2026 para disputar uma vaga no Senado Federal, onde aparece como um dos favoritos. Com a confiança abalada em seu vice, Rocha pode ser forçado a repensar essa saída, já que a eventual ascensão de Gonçalves ao cargo de governador por seis meses passa a ser vista como politicamente inviável.
A situação também afeta diretamente os projetos da primeira-dama e secretária de Ação Social, Luana Rocha, que tem se posiciona como pré-candidata à Câmara Federal. Caso o governador permaneça no cargo, Luana estará impedida de concorrer, o que reconfigura completamente os planos da família Rocha para as eleições de 2026.
Todos perdem: crise expõe fragilidade política
A cisão revela uma realidade amarga da política local: num embate de vaidades, todos saem perdendo. Sérgio Gonçalves, que poderia assumir o governo temporariamente e disputar a reeleição com estrutura e visibilidade, agora caminha para o isolamento político. Rocha e Luana podem ter suas projeções nacionais interrompidas, justamente quando desfrutam de boa avaliação popular e capital político em alta.
A crise também deixa o Estado de Rondônia em posição vulnerável. A ruptura entre os dois principais nomes do Executivo enfraquece a coesão do governo, compromete articulações políticas futuras e pode impactar negativamente na execução de projetos estratégicos.
Há chance de reconciliação?
Nos círculos políticos, o clima é de ceticismo. “Só um milagre para reconciliar agora”, afirma um aliado próximo ao governador, resumindo o sentimento predominante. E, como diz a máxima popular: na política, milagres são raros.
Enquanto a crise avança, o eleitor observa, tentando entender como um governo que prometia unidade e estabilidade acabou mergulhado em uma guerra interna de consequências imprevisíveis.
Fonte: noticiastudoaqui.com