
Na comemoração do 48º aniversário de Ji-Paraná, o município retomou duas importantes trajetórias de seus primeiros moradores, homenageando o construtor pioneiro José Alves da Silva e o primeiro habitante da Rua Xapuri, Seu Cícero Inácio, cujas biografias ajudam a moldar a memória da cidade.
José Alves da Silva, hoje com 82 anos e residente há 59 anos em Ji-Paraná, é lembrado como um dos grandes construtores do município. Natural do Ceará, ele chegou à antiga Vila de Rondônia em 2 de outubro de 1966, junto com a família, após uma longa viagem que passou por Belém, Amazonas e Porto Velho. Em meio a condições primitivas – “só tinha mato e poucas casas”, recorda ele – José Alves usou sua habilidade na construção civil para erguer residências e contribuir para o crescimento da cidade.
Uma de suas memórias mais emocionantes envolve uma igrejinha que ficava onde hoje está o Museu da Comunicação, no primeiro distrito. “Foi nessa igrejinha que levei meus dois filhos para serem batizados”, disse ele, lembrando ainda de ter conhecido o Padre Adolfo Rhol. José Alves também rememora os desafios na construção da ponte sobre o Rio Machado, especialmente quando chuvas fortes destruíram parte do trabalho. Segundo ele, “Rondônia era um céu de braços abertos para aqueles que queriam crescer de verdade”.
Já Cícero Inácio, aos 65 anos, é considerado o primeiro morador da Rua Xapuri, no bairro Riachuelo. Sua chegada à região data de 1965, quando veio com os pais e irmãos do Paraná até a antiga Vila de Rondônia.
Ele relata que, inicialmente, moravam no Km 6 da saída para Presidente Médici, mas foram os primeiros a se estabelecer na rua que hoje leva o nome Xapuri. “Quando a família chegou, não havia morador. Era só mato e um pequeno caminho”, contou.
Cícero relembra ainda que a rua era morro alto e precisou ser rebaixada com trator. Ele recorda as dificuldades cotidianas da época: sem energia elétrica, a família usava lampiões, não havia geladeira e nem fogão a gás. A diversão vinha de uma TV preto e branco de 12 polegadas.
Próximo à casa da família havia um córrego com mais de um metro e meio de água e muitos peixes — cenário muito diferente do que ele vê hoje, quando “o nível da água não passa de um palmo pingando”.
Em suas falas, Cícero deixa claro o amor pela cidade: “Por tudo que tenho, eu amo Ji-Paraná.”
Esses depoimentos reforçam o papel de figuras simples, mas fundamentais, na construção da identidade e do crescimento de Ji-Paraná. Em seus relatos, misturam dificuldades, superação e esperança — valores que ecoam no presente de uma cidade que segue celebrando sua história.
Fonte: noticiastudoaqui.com