Decisão do presidente da Câmara causou mal-estar no Planalto; anúncio foi feito pelas redes sociais
Redação, 25 de junho de 2025 – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendeu o Palácio do Planalto ao anunciar pelas redes sociais, na noite de terça-feira (24), que irá pautar para esta quarta-feira (25) a proposta que suspende o decreto do governo federal que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A atitude causou incômodo entre integrantes do governo Lula, que não foram informados previamente sobre a decisão.
Segundo apuração do jornalista Gerson Camarotti, do portal G1, um articulador político do Planalto relatou que a decisão de Motta foi considerada “fora do combinado”. A expectativa da equipe de articulação do governo era que o tema fosse discutido em conjunto, com tempo para negociação política e avaliação fiscal mais precisa, especialmente após a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, prevista para o dia 22 de julho.
O decreto do governo Lula que elevou o IOF vinha sendo alvo de críticas por parte de parlamentares da base e da oposição, que o consideram um retrocesso econômico e um peso adicional para a população e o setor produtivo. A decisão de Hugo Motta, agora no comando da Câmara após a licença de Arthur Lira (PP-AL), foi interpretada por alguns aliados como um gesto de autonomia em relação ao Executivo — mas também como um sinal de tensão entre os Poderes.
Reação no Planalto
Nos bastidores, fontes do governo afirmam que a medida de Motta foi recebida como um “choque” e vista como uma afronta ao processo de articulação política que vinha sendo construído nos últimos meses. O Planalto esperava maior alinhamento com a Câmara, sobretudo em temas fiscais sensíveis, e pretendia ganhar tempo para avaliar os impactos da arrecadação antes de qualquer deliberação sobre o IOF.
Embora o presidente da Câmara não tenha comentado diretamente as críticas, aliados de Motta argumentam que ele apenas cumpriu seu papel institucional e deu andamento a uma demanda legítima do Parlamento.
Próximos passos
A sessão desta quarta-feira deve atrair grande atenção e poderá representar um primeiro teste de força entre o novo comando da Câmara e o governo federal. Caso a proposta de suspensão do decreto avance, o Planalto terá de buscar alternativas para manter a arrecadação prevista e evitar desgastes políticos em outras votações importantes no Congresso.
A crise de comunicação entre os dois Poderes pode sinalizar um período mais turbulento na relação entre Executivo e Legislativo, especialmente diante de pautas econômicas impopulares e de uma base parlamentar fragmentada. O episódio também reforça a relevância da presidência da Câmara como peça-chave na engrenagem política de Brasília — e a necessidade de diálogo constante entre os chefes dos Poderes para evitar surpresas que possam abalar a estabilidade política.
Fonte: noticiastudoaqui.com
