
Rolim de Moura, RO — A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (21) a Operação Sucessão, que mira um grupo criminoso suspeito de articular um esquema sofisticado de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, os criminosos utilizavam rebanhos de gado, corretoras de criptomoedas, empresas de fachada e propriedades rurais para ocultar e movimentar valores provenientes do narcotráfico.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três municípios: Rolim de Moura e Machadinho D’Oeste, ambos em Rondônia, e Nanuque, no estado de Minas Gerais. As ações visaram apreender bens móveis, documentos, aparelhos eletrônicos, valores em espécie e demais elementos de prova para aprofundar a investigação.
Segundo a PF, o grupo estabeleceu um verdadeiro "corredor logístico" entre Rondônia e a Bolívia, facilitando a entrada de grandes carregamentos de cocaína no território brasileiro. O entorpecente era introduzido pela zona rural de Alta Floresta d’Oeste e, posteriormente, transportado em caminhões adaptados para outras regiões do país.
Em operações anteriores relacionadas ao mesmo grupo, a polícia apreendeu mais de uma tonelada e meia de cocaína — volume que, segundo os investigadores, evidencia a capacidade logística e o poder financeiro da organização criminosa.
Lavagem de dinheiro com gado e criptomoedas
Para esquentar o dinheiro oriundo do tráfico, os suspeitos recorriam a rebanhos bovinos, movimentando os animais entre propriedades e realizando negócios aparentemente lícitos no setor agropecuário. Além disso, utilizavam corretoras de criptomoedas para transferir valores de forma a dificultar o rastreamento pelos órgãos de fiscalização.
Segundo a PF, fazendas registradas em nome de laranjas e empresas de fachada também eram usadas como instrumentos para a lavagem de capitais.
Crimes investigados
Os integrantes do grupo poderão responder pelos crimes de:
- Tráfico internacional de drogas
- Associação para o tráfico
- Organização criminosa
- Lavagem de dinheiro
As penas combinadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Continuidade das investigações
A Polícia Federal informou que as investigações continuam, com o objetivo de identificar outros envolvidos no esquema e bloquear patrimônios obtidos com o tráfico. O delegado responsável pelo caso destacou que a operação busca enfraquecer financeiramente o grupo criminoso, além de interromper o fluxo de drogas entre a Bolívia e o Brasil.
Esta é mais uma ação que reforça o combate sistemático da PF ao narcotráfico e à lavagem de dinheiro, crimes que geram graves impactos sociais, econômicos e de segurança pública.
As apreensões e os mandados cumpridos nesta quarta-feira fazem parte de um esforço integrado da Polícia Federal com órgãos de inteligência e cooperação internacional, dada a transnacionalidade das atividades do grupo.
Fonte: noticiastudoaqui.com