
Redação, Porto Velho (RO), 19 de setembro de 2025 - O Ministério Público de Rondônia (MPRO) apresentou denúncia contra 34 suspeitos ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV), responsáveis por ataques a policiais, incêndios e depredações em diversos municípios do estado.
A ação faz parte da Operação Escudo, coordenada pelo Gaeco e pelo Núcleo de Enfrentamento aos Crimes Cometidos por Facções Criminosas (Nufac).
Estrutura da organização criminosa
De acordo com a denúncia, a facção possui uma hierarquia rígida, com funções distribuídas em:
- Núcleo de comando – Integrantes recolhidos em unidades prisionais, responsáveis por planejar ataques, dar ordens e distribuir tarefas.
- Núcleo de execução – Membros atuando nas ruas, promovendo homicídios, incêndios, depredações e ameaças à população.
- Núcleo de logística – Responsáveis pelo transporte de armas, explosivos e drogas, além da comunicação entre as células da facção.
- Núcleo de adolescentes – Jovens recrutados para cometer atos criminosos, tentando evitar responsabilização penal plena.
Os ataques registrados entre 11 e 17 de janeiro de 2025 incluíram homicídios de policiais, incêndios em prédios e veículos públicos e privados, imposição de “toques de recolher” e paralisação de serviços essenciais, como transporte coletivo e escolas.
Segundo o MPRO, as ordens partiram da cúpula da facção e envolveram planejamento detalhado para gerar instabilidade social e intimidação das forças de segurança.
Crimes imputados e penas
Os denunciados respondem por:
- Organização criminosa armada com participação de adolescentes
- Incêndio e explosão
- Dano qualificado
- Homicídio contra agentes públicos
Para os líderes da facção, as penas podem ultrapassar 380 anos de reclusão, considerando a soma dos crimes imputados. Parte dos suspeitos está presa preventivamente, e o MPRO solicitou a manutenção das custódias devido ao risco de novos ataques e à gravidade das ações.
Próximos passos legais
Com a denúncia já protocolada, o Poder Judiciário deve:
- Analisar e decidir sobre o recebimento da denúncia;
- Determinar a manutenção ou alteração das custódias cautelares;
- Dar início à instrução processual, incluindo coleta de provas, oitivas de testemunhas e interrogatórios;
- Acompanhar eventuais medidas de cooperação interestadual, considerando que integrantes da facção estão distribuídos em outras cidades e estados.
O MPRO reforça que continuará monitorando a atuação da facção e apoiando a Polícia Civil para prevenir novos ataques, protegendo a população e garantindo a responsabilização criminal de todos os envolvidos.
Fonte: noticiastudoaqui.com