
Na tarde do último domingo, 19 de outubro, registou-se mais um episódio da polarização política que persiste no país mesmo anos após a última disputa presidencial. No interior da zona rural de Cabixi, um homem de 59 anos aproximou-se da chácara de outro da mesma idade levando algumas jacas e, durante o encontro, a conversa degenerou para política: de um lado, a defesa entusiasmada do governo vigente; do outro, a reprovação da gestão atual.
O que começou como boca-livre entre vizinhos rapidamente ganhou tom agressivo. Em determinado momento, quem se posicionava como “lulista” teria partido para cima do outro indivíduo — identificado como “bolsonarista”. O confronto físico, porém, foi evitado graças à intervenção de uma mulher de 41 anos que estava no local e impediu que a situação se agravasse.
Pouco depois, ao deixar o local, o visitante — que se declarou de esquerda — acelerou sua caminhonete e quase atropelou o outro residente, que relatou não ter se ferido, mas afirmou temor de retaliação, alegando que o visitante “anda armado”. A polícia militar foi acionada, mas quando os agentes chegaram ao local o visitante já havia se retirado.
O episódio evidencia como a polarização entre apoiadores do Luiz Inácio Lula da Silva e do Jair Bolsonaro continua marcada — não apenas nas redes sociais, mas também no cotidiano de localidades rurais e pequenas comunidades. Ainda que passados três anos da disputa eleitoral entre ambos, a tensão permanece e, em alguns casos, evolui para ameaças ou violência — como se viu em Cabixi.
Embora os detalhes da investigação ainda não tenham sido divulgados, o incidente acende o alerta para autoridades e moradores de que o discurso político agressivo pode transbordar para a esfera da convivência local, gerando escaramuças que perturbam a paz comunitária. Para muitos residentes da zona rural, temas eleitorais que pareciam “distantes” ganham presença real — e eventualmente, risco.
Este tipo de ocorrência torna-se especialmente delicado em áreas menos urbanizadas, onde as relações pessoais e de vizinhança são mais próximas, o que pode levar a consequências mais diretas e pessoais. O caso de Cabixi reforça a necessidade de diálogo e respeito, mesmo em contextos onde a opinião política difere — para que divergência não se converta em agressão.
Fonte: noticiastudoaqui.com