Venezuelanos ignoram passaporte e entram no Equador
Dezenas de imigrantes venezuelanos em fuga da crise econômica em seu país e buscando uma nova vida em outros lugares desafiaram no domingo as regras que exigem a apresentação de um passaporte válido para cruzar a fronteira da Colômbia para o Equador, e as autoridades pareceram aceitá-los.
Centenas de pessoas desesperadas que viajaram durante dias depois de deixarem a Venezuela, a maioria de ônibus mas algumas a pé, foram impedidas de atravessar um posto de verificação próximo de Ipiales, cidade do sudoeste colombiano, por causa de uma regra determinada pelo presidente equatoriano, Lenín Moreno, que entrou em vigor no sábado.
Como a tensão se elevou na fria cidade montanhosa, imigrantes decidiram enfrentar o risco de detenção e simplesmente cruzaram a fronteira sem portões e pouco vigiada depois de enfrentarem dias gelados na passagem de Rumichaca.
"Não temos dinheiro, precisamos seguir em frente agora e recomeçar nossas vidas", disse Mayerly Isaguirre, ofegante por estar arrastando seus pertences pela colina íngreme do lado da fronteira equatoriana.
A professora de escola primária de 37 anos viajava com o namorado e planejava cruzar ilegalmente com sua carteira de identidade venezuelana para procurar emprego no Peru, onde familiares chegaram com sucesso semanas atrás - mas os dois foram impedidos pelo novo regulamento.
Depois de mais de 24 horas tremendo de frio na divisa, ela se arriscou.
"Eles não nos disseram nada -- estamos esperando como idiotas", disse ela, puxando sua mala através do posto de verificação aberto sob os olhares dos guardas.
O governo peruano anunciou medidas imigratórias semelhantes às do Equador na sexta-feira, passando a exigir passaportes dos venezuelanos a partir do dia 25 de agosto. No domingo o Equador disse que crianças e adolescentes viajando com os pais podem atravessar sem passaportes.
"Eles estão no limbo", disse Gustavo Salvador, funcionário da Cruz Vermelha no Equador. "Muitas pessoas que estão cruzando ilegalmente receberão multas na fronteira do Peru, e estas pessoas não têm dinheiro".
Os ministérios equatorianos de Relações Exteriores e do Interior não quiseram comentar. Não foi possível contatar uma porta-voz do escritório de imigração da Colômbia de imediato para obter comentários.
Na manhã de domingo houve discussões entre imigrantes - alguns defendendo que as pessoas fossem ao Equador em grupos e outras argumentando que deveriam ficar e fazer as coisas "do jeito certo".
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