O passageiro, o ministro e o espírito de corpo | Notícias Tudo Aqui!

O passageiro, o ministro e o espírito de corpo

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ColunistaLúcio Albuquerque

A decisão de que a Polícia Federal deve apurar o que houve entre um
advogado que num voo criticou o STF e literalmente bateu boca com o
ministro Lewandovsky, remete a uma enorme ameaça o direito do cidadão
em criticar qualquer órgão gestor.

Caso a PF mande o imbróglio para a frente e o advogado seja condenado,
teremos uma decisão judicial que com certeza vai se espalhar pelo
efeito cascata a uma imensa lista de pessoas que, alegando defender a
instituição da qual façam parte, poderão também denunciar cidadãos que
critiquem essas instituições – portanto quem exerce o jornalismo for
da “faixa marrom” terá de rever suas colocações.

Simples: um governo é uma instituição, o STF e demais colegiados,
assim como ministérios e todos órgãos gestores acabam entrando no rol,
daí que qualquer cidadão que pretenda criticar algum órgão público
pode acabar tendo de ir bater perante um delegado da PF ou de Polícia
Civil.

Observe-se eram dois ministros no voo, um ficou no lugar dele e o
outro chamou a Polícia Federal, justamente porque seja um dos três ou
quatro mais visados pela população devido suas posições no STF.

Para o ministro, “a ofensa às instituições é um perigo para o Estado
democrático de direito”. (*)

É de se perguntar: Que ofensa fez o advogado? Quantos milhões de
brasileiros também pensam, e até falam assim? Já pensou? Se pegar a
onda de chamar a PF porque uma pessoa critique uma “instituição”. Aqui
vai residir um problema e competirá aos juristas responder: criticar
uma “instituição” vai poder? E criticar um gestor ou membro da
“instituição”, vai poder? Ou vão colocar mordaça nos dois?

Mas o que me chamou a atenção também no caso do ministro foi o
silêncio, e até o apoio, como tal, da OAB. Claro, entidades jurídicas
iriam apoiar o ministro, afinal de contas parece que ali valeu o
chamado “mexeu com um, mexeu com todos”

Mas, e a Ordem? Tão ciosa em realizar “desagravos”, pelo visto vai
ficar calada o que pressupõe apoio ao ministro, cuja queixa  parece
deixar claro que criticar uma “instituição” terá como resposta chamar
a Polícia que, convenhamos, tem muito mais a fazer.

PIADA

Luciano Hulk, que distribui benesses a custa de patrocinadores, agora
parece querer formar um grupo político. Em entrevista a O Estado de S.
Paulo, falou muito, não disse mais que o óbvio. Aliás, disse sim: que
nos últimos 20 anos “a Educação no país melhorou.....”. Afora que seja
uma piada de humor  negro, nem dá para rir. Lamentável e típico de
quem diz conhecer o Brasil, como ele diz.

PENÚLTIMO

Hulk disse que a Educação melhorou muito nos últimos 20 anos. Só para
não ficar alguém pensando ser verdade, na última medição em 2017 o
Brasil ficou em 60º lugar entre 76 participantes. Em outro (The
Learning Curve (A curva do aprendizado), ficou em 39º dentre 40
participantes. Aonde está a pontuação da melhora dos últimos 20 anos?
Será que alguém andou dando pedaladas?

A prefeita "boca suja"

(Inserido na segunda edição da “Cesta página de um repórter”, em fase
de prreparação)

Não sei quem disse para minha filha Janaína que a prefeita de Espigão
gostava de falar alto, ria alto, dizia palavrão, contava "piada mais
que pesada", essas coisas que, para quem conhecia a figura, não
representava nenhuma novidade.

Lúcia Tereza, era uma figuraça. Primeira mulher eleita prefeita na
Amazônia, em 1982, foi deputada estadual durante vários mandatos a
partir de 1991, legislatura que teve a maior quantidade de mulheres no
parlamento rondoniense - cinco eleitas, além da suplente Ivone Abrão.

Recém formada a Jana foi trabalhar em Pimenteiras. No ano seguinte
decidiu não ficar mais lá e fui buscá-la. Na viagem de carro quando
chegou onde a BR-364 se encontra com a RO 387 entramos nesta e fomos
até Espigão.

Expliquei para minha filha que não se assustase, porque a prefeita não
economizava palavrão. "Tem gente que conhece ela e critica porque ela
é "boca suja", disse a  Jana e eu respondi que era "boca mais que
suja", mas também uma figuraça e uma líder política.

Chegamos a prefeitura, perguntei onde estava a prefeita e alguém
respondeu assim: "Taí pelos gabinetes". Fui entrando e de repente,
como um trovão ecoou o grito: "Que é que esse filho da puta tá fazendo
aqui".

Era a própria, que perguntou da Janaína se "este veado é mesmo teu
pai". E deu uma gargalhada. Eu a conhecia desde 1975, meses depois
dela ter brigado com uma guarnição da Guarda Territorial porque o
Incra queria expulsar os colonos que tinham se instalado ali. Bom,
depois das gargalhadas levou para almoçar em sua fazenda, e mais
risadas.

PS: Quando vejo algumas mulheres que dizem defender este segmento, mas
o fazem frequentando gabinetes e participando de solenidades, tenho
dúvidas disso. Já com relação a Lúcia, tenho certeza de que ela
defendia mesmo.

DATAS DE RONDÔNIA

10 de dezembro de 1979 – Criada a Comarca de Ji-Paraná.

10.2.2003 - Falece em Ji-Paraná o pioneiro Clodomior Queiroz de Lima,
o Amiguinho.


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