VELHA IMPRENSA SUBMETIDA - Onde os fatos não têm vez
Está ficando cada dia mais difícil para o governo brasileiro e seus aliados na velha imprensa brigarem com os fatos, que se impõem, goste-se deles ou não
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Na tarde da quarta-feira 17, os jornalistas da GloboNews perderam a paciência com a avalanche de memes que tomou a internet e expôs uma realidade crua: o peso dos impostos no bolso piorou com a volta do PT ao poder. O ministro Fernando Haddad virou “Taxad”, num recurso de humor ácido, de sátira, que o brasileiro sabe fazer melhor do que ninguém. Mas a apresentadora do programa Estúdio I, Andréia Sadi, não gostou. Segundo suas fontes no governo Lula, a brincadeira com Haddad era “coisa profissional” — provavelmente numa alusão à “extrema direita antidemocrática”, citada sempre. O colega de bancada Valdo Cruz não só concordou com a análise, como apresentou uma solução: já passou da hora de amordaçar as redes sociais. Foi uma das maiores batalhas contra os fatos já transmitidas, ao vivo, pela televisão brasileira.
“A quantidade de peças produzidas e distribuídas, postadas nas redes sociais nos últimos dias, mostra que é uma coisa profissional”, disse o jornalista sobre as imagens produzidas por um aplicativo gratuito de celular que troca rostos e títulos em fotos. “No futuro, precisa regulamentar isso, porque acaba virando uma operação para desmoralizar uma pessoa”, completou, fazendo coro à bandeira da censura nas redes sociais defendida pelo PT e pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A equipe da GloboNews não estava sozinha nessa empreitada. O discurso da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é exatamente o mesmo. “O que estão compartilhando sobre o ministro Fernando Haddad não é meme, é material de desinformação”, disse. Mas é mentira que o Brasil tem um das maiores cargas tributárias do planeta ou que foi aprovada uma reforma que vai piorar ainda mais a vida do pagador de impostos? Ou que o presidente Lula da Silva defendeu nesta semana, por exemplo, que as pessoas deveriam devolver seu patrimônio conquistado ao longo da vida ao Estado, por meio de imposto, em vez de deixá-lo como herança? Assistam ao vídeo a seguir.
O chavismo está chegando. Lula quer a herança dos seus pais, conquistada com suor. A Venezuela é aqui. pic.twitter.com/J2h4AUwYiB
— Silvio Navarro (@silvionavarro) July 24, 2024
O governo Lula também se mobilizou e acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que segundo a Constituição só deve ser acionada para defender a União — como o próprio nome diz —, e não o presidente ou um ministro. Jorge Messias, advogado-geral da União, escreveu na rede X: “Quem financia a indústria de memes? Seriam os mais humildes, contemplados na reforma tributária? Ou seriam os mais ricos, alcançados pela tributação depois de muitos anos de benefícios? Vale a reflexão”.
Um dia depois, o jornal Folha de S.Paulo jogou luz contra o óbvio, numa constatação inaceitável para os petistas: os memes cresceram de forma orgânica — ou seja, foram espontâneos, produzidos por anônimos insatisfeitos com os preços das coisas. Nada foi fabricado por encomenda política. Mais: apelido só cola quando quem reclama se reconhece nele.
Àquela altura, aliás, o personagem “Taxad” já aparecia no telão de 1,6 mil metros quadrados da Times Square, coração turístico de Nova York. Os jornalistas, novamente, se indignaram: “Quem pagou essa operação? É mais uma prova de que foi coisa profissional”. As imagens retratavam Fernando Haddad como o “Taxa Humana”, numa brincadeira com o super-herói dos HQs da Marvel, e “Zé do Taxão”, em referência ao personagem do cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, do chamado cinema trash dos anos 1990. Mas também escorriam por todos os cantos na internet desde os palhaços “Taxati e Taxalá” (Patati e Patatá) até os cartazes de filmes de Hollywood, passando por letras de músicas e por onde mais a criatividade do brasileiro conseguisse chegar.
Até que alguém nas redações dos jornais resolveu fazer uma pergunta básica: quanto custa um anúncio na Times Square? A resposta: US$ 45 (cerca de R$ 250), mais R$ 11 de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No caso de Haddad, quem pagou foi um estudante de 19 anos do interior de São Paulo. Esse tipo de operação pode ser feita por qualquer pessoa que tenha um cartão de crédito e dá direito a três exibições de 15 segundos por dia. Os fatos, mais uma vez, venceram: nunca existiu a paranoica “operação coordenada”.
Assistam o Coppolla. Mas não deixem de observar com atenção o semblante do José Eduardo Cardozo. O PT acabou.
— Silvio Navarro (@silvionavarro) July 21, 2024
pic.twitter.com/qlsPwJrbcT
O episódio dos memes sobre o ministro da Fazenda, que no ano passado dedilhou Blackbird, dos Beatles, num violão no estúdio da mesma Rede Globo, foi o mais icônico, mas não foi o único. A velha imprensa, com raras exceções, tenta esconder que o país passa pela pior epidemia de dengue da história — e a inédita dengue de inverno, algo jamais visto. Aliás, 90% dos casos do mundo foram registrados no Brasil — nenhum país com características geográficas favoráveis, como o Chile ou a Costa Rica, estão no mesmo patamar. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não concede entrevistas nem faz pronunciamentos. Muito menos é cobrada em editoriais de jornais. Os hospitais seguem lotados de casos — 6 milhões, segundo o boletim mais recente. As vacinas prometidas pelo Ministério da Saúde não apareceram. Já foram oficializadas 4 mil mortes. Ao contrário da pandemia, a Globo não tem disponibilizado aqueles placares macabros de mortos durante as transmissões do Campeonato Brasileiro de Futebol.
Nesta semana, a mídia ultrapassada conseguiu produzir uma reportagem dizendo que o Brasil se tornará inabitável em 50 anos. É evidente que se trata de uma falácia
Outro exemplo da queda de braço diária entre as redações e a realidade acontece na seara da segurança pública. Nem Nações com histórico de cartéis do narcotráfico, como Colômbia e México, têm tantas facções criminosas mapeadas: o Brasil tem 72 — duas delas, o PCC e o Comando Vermelho, com atividade transnacional, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Contudo, os jornalistas da imprensa tradicional perseguem a polícia e defendem a humanização do bandido todos os dias. Quantas manchetes já inundaram os portais de notícias assim: “Jovem morre em troca de tiros com policiais”. Como se fosse normal atirar contra um policial. Ou ainda a pancadaria em editoriais que o governo de São Paulo sofre por causa da operação para desmontar os negócios do PCC na Baixada Santista. As manchetes a seguir são autoexplicativas. Mas a própria mídia se assustou com o resultado de uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná sobre a opinião dos moradores do Guarujá: 64% aprovam a gestão Tarcísio de Freitas.
De novo, é uma briga dos jornalistas com o simples fato de a população escolher ficar do lado da polícia em vez do bandido. Pouco importa para o cidadão que acorda cedo, trabalha para sustentar sua família e paga seus impostos em dia qual é a cor da pele ou a idade do criminoso — até porque a maioria dos policiais militares tem a mesma cor de pele e idade deles. Não se trata de guerra ideológica, são os fatos: a população não quer ficar refém da bandidagem e prefere a polícia.
‘A imprensa policialesca’
Além de temas essenciais do cotidiano da população, como impostos, segurança e dengue, já passou da hora de a velha mídia parar de tentar prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Não se sabe qual é o limite — se é que ele existe — para os inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, com o apoio da Polícia Federal há cinco anos. Mas aqui entra outro choque de realidade: Bolsonaro não será preso porque os comentaristas da Rede Globo querem. E até agora o que se viu foram centenas de prisões políticas e atropelos ao devido processo legal, desde o dia 8 de janeiro do ano passado. Mais uma vez o problema é com os fatos. Por exemplo: alguém ainda tem dúvida de que Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, segue encarcerado há cinco meses injustamente? Os advogados já provaram que ele não fez a viagem aos Estados Unidos — que não era crime — na data em que foi acusado de fazê-la. Mas o caso dele não cabe na pauta dos telejornais porque implicaria reconhecer a falha do gabinete de Alexandre de Moraes, da Polícia Federal e da própria imprensa que o condenou previamente.
Nesta semana, a mídia ultrapassada conseguiu produzir uma reportagem dizendo que o Brasil se tornará inabitável em 50 anos. É evidente que se trata de uma falácia — como outras profecias de que o mundo acabaria por causa do avanço da fronteira do agronegócio, dos gases emitidos pelo gado etc. Diz o texto do jornal O Globo: “Preparados? Para entender o que causa mortes por calor, a ciência não leva em conta apenas a temperatura do ar sozinha. Um outro número, mais preciso e mais eficaz em mensurar o conforto térmico, ou seja, o quanto de fato as pessoas sentem, é a temperatura de bulbo úmido, medida calculada pela combinação da temperatura com a umidade do ar”.
Adiante: por que o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, se recusou a informar, mesmo com um pedido com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), os gastos dos ministros em viagens ao exterior? Uma das respostas foi que cada ministro arca com as suas próprias despesas. Não era verdade. Ocorre que um cidadão qualquer, com um celular à mão, fotografou Dias Toffoli na Europa, assistindo à final da Champions League, com uma camisa do Real Madrid. E havia um segurança ao seu lado. Quem pagou? O tal do contribuinte. Barroso tentou tapar o sol com a peneira porque, hoje em dia, basta um celular para trazer a verdade à superfície.
A tortura contra os fatos chegou ao ápice nesta quarta-feira, 24, quando o ditador venezuelano Nicolás Maduro queixou-se da confiabilidade do sistema eleitoral, ante a possibilidade de derrota nas urnas. Imediatamente, o portal UOL, o jornal O Globo e quem mais os replica conseguiram classificar o maior ícone vivo da esquerda latina — fora da ilha de Cuba — de “bolsonarista”. Era o fundo do poço.
Estamos perdidos. Sinceramente. O hospício tomou conta do jornalismo de propaganda. Antes era só propaganda mesmo; agora virou piração total. pic.twitter.com/lIfnbHhqon
— Paula Schmitt (@schmittpaula) July 24, 2024
Com os avanços da tecnologia, da inteligência artificial e das redes sociais, está ficando cada dia mais difícil digladiar com a realidade. É isso o que a cabeça da esquerda, totalitária de origem, com mandatos, nas universidades ou nas redações, não aceita. Mas é uma guerra perdida. John Adams (1735-1826), o segundo presidente dos Estados Unidos, dizia que os ditames da nossa paixão não podem alterar as evidências. Fatos são fatos — goste-se deles ou não.
(revistaoeste)
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