Que vexame o MDB!
Faz o MDB a sua convenção em sua sede, reduzindo à conversa de pé de orelha suas tradicionais festas populares em ambientes amplos, onde cabem folgadamente caravanas de diversas regiões de Rondônia.
Salvo juízos manifestados a respeito de possíveis alterações no quadro efetivo de convencionais, o que se vê não condiz com a imagem da antiga sigla que abrigou diferentes tendências da política nacional, incluindo-se os proscritos nos anos 1970 e 80.
Toda criança da escola sabe que os “proprietários” da sigla querem vetar o direito do ex-governador Confúcio Moura candidatar-se a uma das vagas de Rondônia ao Senado da República.
À História! Uma dos heróis do velho MDB foi Teotônio Vilela, o Menestrel das Alagoas, cuja voz tonitruante, gestos largos, passos firmes, gargalhar característico, ainda ressoam nos presídios, nas auditorias militares, nos Tribunais de Justiça, nos sindicatos, nas ruas, nas praças, nos campos e nas tribunas parlamentares.
Teotônio defendia oprimidos e injustiçados, a economia brasileira, o solo pátrio, ora pregando a anistia, a abertura, as eleições diretas. Sofreu até ataque de cachorros de dentes afiados, da Polícia Militar.
E o que quer o MDB rondoniense de hoje, centrado na renovação da candidatura Raupp ao Senado e nas manobras para afastar o médico?
Confúcio chegou a Ariquemes em 1976, muito antes de aqui pisar o atual presidente do partido, Tomás Correia, suplente de Raupp ora exercendo o papel de incendiário de ocasião. Este aqui apareceu na carreira de defensor público, numa Rondônia carente de líderes, nos anos 1980.
Dói acreditar numa tosca metamorfose do notável orador do início da Assembleia Constituinte, agora dado a golpes antidemocráticos.
Se ele refletisse profundamente a respeito do Tomás guerreiro faria uma convenção dentro do figurino da Lei, "com muito povo", não temeria qualquer disputa e até recuperaria o moral da sigla, já que é impossível restituí-la à ética consubstanciada naquele belíssimo programa de outrora.
Mas a lambança faz coisas, e aí desabam na hipocrisia os senhores Temer, Padilha, Jucá, Marun, Jader, Sarney e companhia. Uma pobreza de partido.
Em dezembro de 2017, o PMDB mandou benzer Temer. E pagou ao San Marco Hotel, em Brasília, as despesas com quatro diárias e alimentação de Roberval Batista de Uzêda, 52 anos, conhecido como Pai Uzêda. Um pai de santo.
Pai Uzêda pode ter sido consultado para benzer Raupp. Ele anda tão carente...
Teotônio lutava por um País livre. O MDB rondoniense não esconde a prisão a interesses inconfessáveis. Perdeu alguns notáveis, entre os quais, Amir Lando, ex-senador, ministro da Previdência e deputado federal. Desiludidos, eles saltaram do barco.
Há diferenças marcantes entre a ousadia desse partido na luta pela redemocratização do País e hoje, afundando-se de ponta a ponta.
Por isso, o ato de Rondônia neste sábado só o apequena. Aliás, coloca o barco mais à deriva, lotado de dirigentes e convencionais obrigados ou seduzidos a rezar pela cartilha do desbragado continuísmo.
MONTEZUMA CRUZ
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