Restrição ao abate de jacaré leva fome e miséria à Reserva Lago do Cuniã | Notícias Tudo Aqui!

Restrição ao abate de jacaré leva fome e miséria à Reserva Lago do Cuniã

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Porto Velho, RONDÔNIA – Na contramão da crise econômica, as populações tradicionais que habitam a Reserva Extrativista Lago Cuniã, a 30 quilômetros desta Capital, vivem hoje, o seu pior momento depois que a captura e o abate de jacarés foram suspensos pelas autoridades ambientais.

A restrição teve início ainda no final do ano passado por força da transição de governo entre o socialista Mauro Nazif ao tucano Hildon Chaves. À época, a comercialização da carne de jacaré, sobretudo da espécie Açu, era feita com exclusividade pela rede de supermercado Araújo.

De acordo o consultor Washington Cordeiro, 73 anos, “essa suspensão é descabida e só veio levar fome e miséria aos nossos ribeirinhos que não têm outra fonte alternativa de renda mais sustentável do que ao abate de jacarés”.

A carne de jacaré é apreciada por nacionais e estrangeiros. Mas encontra ainda resistência em alguns países europeus. Segundo Washington, enquanto isso, “o desemprego avança no país e atinge maioria sem qualificação”.

Ele aponta, no caso da restrição à captura, abate e comercialização da carne de jacarés (Tinga e Açu), que “o município deveria dar celeridade às licenças ambientais às cooperativas credenciadas”.

- Trata-se de um processo automático, vez que a habilitação dada só dependeria de uma simples vistoria no local onde o ICMBio é o gestor legal, afirma ele.

A proibição à comercialização da carne de jacarés na Reserva Extrativista Lago Cuniã, já com mais de sete meses, relatou Cordeiro, “só tem agravado a crise na região, uma vez que os ribeirinhos têm, nessa atividade, a sua maior fonte de renda”, afora a pesca e a monocultura voltada ao plantio de mandioca e macaxeira.

Historicamente, a carne de jacaré é considerada pelo público que a consume como exótica cujo quilo pode ser vendido entre R$ 15 a R$ 30 nas redes de supermercados autorizados. Além de restaurantes, peixarias, açougues e boutiques de produtos exóticos da Amazônia, o produto pode chegar para venda a R$ 70 o quilo. A iguaria vemganhando,também, espaço obrigatório nas cozinhas europeias.

Sem corte de alto luxo, por falta de qualificação dada por órgãos governamentais, abatedores nativos (ou coreiros) credenciados do Lago Cuniã e Região, reclamam da demora das autoridades para reabrir o comércio da carne de jacaré, tanto ao mercado interno quanto externo.

Atualmente, segundo gerentes de supermercados, peixarias e restaurantes, o consumidor de Porto Velho consumiria mais carne da espécie Jacaretinga e Jacare-Açu) do corte da ponta da cauda, filé da cauda, filé do lombo, filé do dorso (conhecido com ventrexa de jacaré, semelhante ao corte ao filé de Pirarucu de Parintins, no Amazonas, filé mignon, aparas, coxa, iscas e sobre-côxa.

XICO NERY


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