Choques de segurança e de vergonha na cara

Uma das bandeiras de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro foi a segurança pública, ou melhor, a ausência dela. E não é sem motivo. Quando desaparece o principio da autoridade impera a balbúrdia, a desordem, a canalhice. E é exatamente isso o que se tem visto nos quatro cantos do país. Os que deveriam servir de exemplo à sociedade, geralmente são os primeiros a cair em desgraça.
Outra proposta, tão importante quanto aquela, refere-se ao combate, sem trégua, à corrupção. Tanto que o presidente convidou ninguém menos que o juiz Sérgio Moro, o artífice da Lava-Lato - um espinho no sapato de políticos e empresários corruptos -, para comandar o Ministério da Justiça, a partir de janeiro.
A sociedade aplaudiu a escolha do magistrado - menos, é claro, os séquitos do petista. Não sei porquê. Talvez queiram que o doutor Moro permaneça em Curitiba até a condenação de Lula, no caso da reforma do sitio de Atibaia, cujo imóvel ele vai morrer dizendo que não lhe pertença, assim como disse também que nada sabia sobre o mensalão. Já tem gente querendo jogar a batata quente na cova da defunta, para tentar livrar a cara do ex-presidente. Essa turma não respeita nem a memória dos mortos.
Insegurança pública e corrupção são duas das maiores preocupações da sociedade. A primeira ganha de goleada do desemprego. E o presidente eleito soube captar as vozes das ruas, prometendo uma ação verdadeiramente decisiva contra o crime, não importando a sua natureza. Afinal, foi para manter-se seguro e para proporcionar o bem-estar coletivo que o homem criou o Estado, e não, evidentemente, para tornar-se chacota nas mãos daqueles que se utilizamdo mandato como instrumento à satisfação de privilégios imorais, ou, ainda, refém daqueles que se valem do terror para alcançar os seus desígnios.
O Brasil está precisando não somente de um choque de segurança, mas, também, de um choque de vergonha na cara, de respeito à coisa pública, dentre tantas outras coisas também prioritárias. Mas o andar nas ruas sem o medo de ser a próxima vítima da violência é o que há, hoje, de mais importante para a maioria da população. Prova disso é que Jair Bolsonaro nadou de braçadas nesse mar eleitoral rumo ao Palácio do Planalto.
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