Campanha de Bolsonaro adotará tom mais moderado, diz Mourão
O general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, declarou nesta 6ª feira (7.set.2018) que o capitão da reserva pretende amenizar o tom da campanha. A fala foi proferida em sabatina concedida ao programa “Central das Eleições”, da rede GloboNews.
“Nós vamos moderar o tom”, teria dito Bolsonaro a Mourão por telefone. O candidato a vice ainda observou que “vamos governar para todo o Brasil” e opinou que o conflito é ruim para todos e para o país.
Segundo o general, a ligação também teve a função de orientá-lo para a entrevista, para que adotasse 1 tom mais conciliador.
O candidato foi atingido por 1 golpe de faca no abdômem na tarde desta 5ª feira (6.set) em Juiz de Fora (MG). O quadro de saúde é estável.
Amenizando Bolsonaro
Durante a conversa, Hamilton Mourão amenizou frases de Bolsonaro, com quem afirma concordar “em 90%” das vezes. Também declarou posicionamentos menos combativos que o candidato em temas que costumam atrair polêmica.
Mourão expôs que não acha que Bolsonaro chegará ao ponto de nomear militares para grande parte dos ministérios. O candidato à Presidência pelo PSL já havia dito querer colocar 5 militares para chefiar ministérios em seu governo, o que o vice qualificou como uma“figura de retórica”, que, na verdade, queria dizer que precisa de nomes com “competência e eficiência gerencial”.
Declarou também que Bolsonaro estaria sendo injustamente demonizado por suas declarações a respeito de mulheres. Sobre a frase do candidato de que tem uma filha mulher porque deu uma “fraquejada”, Mourão disse que trata-se de uma “piada”, que não teria problema se fosse contada apenas junto a homens.
O vice ainda disse que não é contra as cotas raciais em universidades, as quais enxerga como uma forma de compensação. Também disse concordar com a declaração da advogada Janaina Paschoal de que o PSL não pode tonar-se 1 “PT ao contrário”. Mourão adicionou que “extremos não servem” e lamentou que existam pessoas “tomadas por 1 ódio furibundo” mesmo na militância de Bolsonaro.
Questionado a respeito de povos indígenas, Mourão afirmou que há os que querem ser integrados e os que querem a “vida simples em sua tribo”, e que é preciso que tenham liberdade de escolha. Sobre a crise imigratória em Roraima, defendeu que o Brasil não dê as costas aos venezuelanos e afirmou que Bolsonaro tem o mesmo posicionamento.
Defendeu Ustra
O vice de Bolsonaro também defendeu o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de tortura nos tempos da ditadura militar. “Tem gente que gosta de Carlos Marighella”, disse. “Houve uma guerra, excessos foram cometidos”.
A jornalista da GloboNews Miriam Leitão perguntou ao candidato se o seu herói havia matado pessoas. “Heróis matam”, respondeu Mourão.
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