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Brasil chama Maduro de criminoso e ilegítimo e pede reconhecimento internacional a Guaidó

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O governo brasileiro divulgou nota em que endurece as críticas ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por causa de sua decisão de bloquear as fronteiras do país para evitar o repasse de doações internacionais. Comunicado publicado neste domingo (24) pelo Ministério das Relações Exteriores chama o governo de Maduro de “ilegítimo” e “criminoso” e conclama a comunidade internacional a reconhecer o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como novo presidente do país.

De acordo com o Itamaraty, os conflitos registrados nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia são um “brutal atentado aos direitos humanos”. “O governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos”, diz o texto:

O vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participarão nesta segunda-feira (26), em Bogotá, de reunião do Grupo de Lima, para discutir possíveis sanções diplomáticas a Maduro. O grupo é integrado por 13 países, inclusive o Brasil, que reconhecem Guaidó como novo presidente da Venezuela. Ele também participará do encontro na capital colombiana.

Nesse sábado ao menos três pessoas morreram em Santa Elena, cidade venezuelana situada a 15 km do Brasil, e outras 285 foram feridas e 37 hospitalizadas perto da fronteira com a Colômbia. Houve também um ataque a uma base da Venezuela perto de Pacaraima, em Roraima. Ao menos 60 militares desertaram e pediram refúgio às autoridades colombianas.

Os conflitos se deram por causa da disputa de poder entre Nicolás Maduro e Juan Guaidó. Um não reconhece a legitimidade do outro. O líder oposicionista conclamou ajuda humanitária de países como Brasil, Colômbia e Estados Unidos. Os mantimentos deveriam ser entregues nesse sábado. Mas Maduro rejeitou as doações e disse que a medida era uma tentativa externa de interferência na política do país.

“O Brasil apela à comunidade internacional, sobretudo aos países que ainda não reconheceram o presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população”, afirma em nota o Itamaraty. Ontem o governo brasileiro enviou dois caminhões de Boa Vista até Pacaraima com alimentos e remédios destinados aos venezuelanos.

Em discurso de quase uma hora para uma multidão em Caracas, Maduro anunciou o rompimento das relações diplomáticas com o governo de Iván Duque, da Colômbia, chamou Guaidó de “fantoche palhaço” e rejeitou as doações encaminhadas pelo Brasil.

O presidente da Venezuela disse que os cidadãos de seu país não precisam de nada enviado pelo governo brasileiro. "É o que digo a esse país, por exemplo. Mandei uma mensagem. Estamos dispostos, como sempre estivemos, a comprar todo arroz, todo leite em pó, toda a carne. Mas pagando. Não somos mau pagadores. Nem mendigos. Somos gente honrada que trabalha", afirmou.

“Trazer caminhões com leite em pó? Compro agora e pago agora. Querem trazer carne? Que venham para os mercados populares”, emendou em discurso para uma multidão em Caracas, no qual prometeu defender a Venezuela de intervenções estrangeiras.

Na fronteira com a Colômbia, Guaidó também discursou e conclamou os militares de seu país a abandonarem Maduro. O autodeclarado presidente interino disse aos integrantes das Forças Armadas que eles não devem lealdade a quem queima comida diante de famintos. "[Os militares] não devem nenhum tipo de obediência a quem, com sadismo, decide que não entre ajuda humanitária para o país", afirmou o líder oposicionista, que preside o Parlamento venezuelano.

Desde sexta, quatro integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) são reféns de indígenas venezuelanos nas cercanias da cidade de Santa Elena, na fronteira com o Brasil. Eles foram sequestrados depois que duas pessoas da etnia Pemon foram mortas ao tentar impedir o bloqueio militar à chegada de ajuda internacional. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a tenente Grecia Del Valle Roque Castillo, uma das sequestradas, faz um apelo ao presidente Nicolás Maduro e ao ministro da Defesa, Padrino López, para que impeçam atos de violência contra os indígenas.

“Atos de violência do regime Maduro"

O Governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos. O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se.

O Brasil apela à comunidade internacional, sobretudo aos países que ainda não reconheceram o Presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população.”


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