TORTURADO E ESPREMIDO ATÉ O 'BAGAÇO' - Moraes mantém benefícios de acordo de delação de Cid
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro teve que explicar a Moraes supostas omissões em seu acordo de delação, em uma audiência que durou quase 3 horas
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), manteve nesta 5ª feira (21.nov.2024) os benefícios do acordo de delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Moraes considerou que Cid esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal em seus depoimentos.
Cid foi ouvido durante quase 3 horas sobre os termos do acordo de delação premiada por um suposto descumprimento de cláusulas previstas. Conforme o STF, as informações de Cid seguem sob apuração das autoridades competentes.
Assista ao momento em que Cid deixa o STF (2min14s):
Depois da audiência, o advogado Cezar Bittencourt disse a jornalistas que “foi tudo bem” na audiência e que Cid irá “direto para casa” depois de sair do Supremo. Havia a possibilidade de que, caso Moraes revertesse os benefícios da delação, Cid voltasse a ser preso.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro teve que explicar diretamente ao ministro Alexandre de Moraes algumas “contradições” entre os depoimentos dados à época e as investigações da PF sobre um plano para matar Moraes e outras autoridades.
O acordo de delação premiada de Cid ficou sob risco depois que a operação Contragolpe da PF revelou na 3ª feira (19.nov) um suposto plano articulado por um grupo de militares para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes no final de 2022.
No relatório enviado ao Supremo que embasou a operação (íntegra – PDF – 1 MB), a PF disse que um dos primeiros indicativos de que Moraes estava sendo monitorado no pós-eleições de 2022 foram obtidos a partir de dados do celular de Mauro Cid.
Cid negou saber do planejamento no mesmo dia, quando foi ouvido pela PF. A polícia então enviou ao Supremo um ofício relatando o descumprimento dos termos com a omissão de Cid e versões incongruentes em seus depoimentos.
Questionado sobre o suposto plano depois da audiência, a defesa de Cid disse que o assunto não teria “nada a ver” e não respondeu quanto ao indiciamento de Cid na tarde desta 5ª feira (21).
O tenente-coronel foi preso em maio de 2023 em uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos em cartões de vacina contra a covid-19. Ele foi solto em setembro, depois de o STF homologar seu acordo de delação.
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, no entanto, foi preso novamente em março de 2022 depois de depor no STF sobre áudios vazados pela revista Veja, em que ele critica Moraes e diz ter sido coagido a delatar. Dois meses depois, em maio, Moraes concedeu liberdade provisória outra vez.
ENVOLVIMENTO DE CID
A colaboração e os materiais apreendidos com ex-ajudante de ordens basearam novas investigações contra Bolsonaro.
O relatório da PF divulgado na 3ª feira (19) sobre o suposto plano de golpe detalha conversas do ex-ajudante de ordens trocando mensagens com outras pessoas a respeito do que seriam a agenda e o itinerário de Moraes.
A corporação também relata o que seria um evento chamado “Copa 2022”, que teria sido discutido por Cid com o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima na casa de Walter Braga Netto. O “evento” ocorreria, segundo as apurações, em 15 de dezembro de 2022, data em que Moraes seria preso e executado.
(Poder360)
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