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O que leva a um infarto fulminante, como o de Paulo Henrique Amorim

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Cardiologista explica que 50% das pessoas têm alguma doença cardiovascular e não sabem; gravidade do infarto depende da condição das artérias restantes

Mortes súbitas cardíacas como a de Paulo Henrique Amorim, de 76 anos, são mais comuns do que se imagina. O jornalista foi vítima de um infarto fulminante na madrugada da quarta-feira (10).

Um estudo coordenado pela cardiologista Maria Fernanda Braggion-Santos, da USP de Ribeirão Preto, cita que 80% das vítimas de morte súbita cardíaca possuíam alguma doença arterial coronariana.

Sem ter conhecimento específico do caso de Paulo Henrique, o médico cardiologista Carlos Alberto Pastore, do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas) da Faculdade de Medicina da USP, explica que o termo infarto fulminante "não traz muitas informações".

"Essa história de morte súbita não existe, leva anos para acontecer. Quando você pensa em morte súbita, você pensa que a pessoa não tem nada e morreu."

Ele acrescenta que 50% das pessoas que têm alguma doença cardiovascular não sentem nada, mas isso não significa que o problema não exista.

"Colesterol alto, diabetes, hipertensão. Tudo isso pode culminar em um evento agudo."

Mas o que define se o infarto vai ser fatal ou não?

Segundo Pastore, isso "vai depender muito da condição das artérias [do coração]".

O infarto agudo do miocárdio é o bloqueio de uma ou mais artérias responsáveis pelo fluxo sanguíneo do coração.

"Às vezes, você convive com obstruções de até 70% sem sentir nada. [A gravidade do infarto] depende muito da condição das artérias restantes, se elas terão capacidade de nutrir o coração", explica o cardiologista do InCor.

 

Pastore observa ainda que casos de infarto são mais comuns nesta época do ano.

"No inverno é o tempo de acontecer. Os vasos ficam mais constritos pela temperatura, as pessoas exageram mais em comida e bebida e fazem menos exercícios."

Paulo Henrique Amorim havia jantado com amigos horas antes de morrer.

O fator emocional, especialmente em casos de estresse crônico, também está ligado à maior incidência de infarto agudo, ressalta o médico.

"É preciso chamar atenção para as situações emocionais, muita ansiedade, muita tensão. As pessoas lidam mal com as situações de estresse. O que não pode é viver eternamente em estresse, porque o organismo passa a desenvolver condições que favorecem episódios agudos".

Outro detalhe em relação ao infarto que o médico alerta é que muitas pessoas não sentem quando estão infartando ou confundem os sintomas. 

"A parede inferior do coração fica perto do estômago. Tem gente que confunde com dor de estômago, acha que são gases".

Prevenção

Exames de sangue e cardiológicos periodicamente são recomendados para pessoas que tenham histórico de doença cardiovascular na família.

"A obesidade é um fator de risco importante, mas estamos cheio de indivíduos magros com colesterol alto. Ele não é alimentar, a maior parte dele é genética", exemplifica o cardiologista.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia lista como fatores de risco cardíaco: predisposição genética, colesterol, diabetes, hipertensão, sedentarismo, tabagismo, estresse e obesidade.

Fonte: R7


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