Vereador justifica concessão de titulo aos Conselheiros do TCE-RO

ColunistaValdemir Caldas

Ao justificar a concessão do Titulo de Cidadão aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, cuja solenidade de entrega – diga-se de passagem, bastante concorrida - aconteceu na manhã de segunda-feira (21), no plenário da Câmara Municipal de Porto Velho, o vereador e autor da proposição, Maurício Carvalho, disse que a iniciativa vai muito além dos cinquenta milhões de reais que o TCE-RO doou para as obras do Novo Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (HEURO), apesar da incompreensão de alguns que veem no gesto uma simples renúncia de recursos, quando, na verdade, trata-se de conduta altaneira, que ultrapassa as barreiras do campo administrativo para ecoar no coração social e, portanto, deveria ser imitada por administradores e dirigentes da coisa pública, pois se cada gestor doasse um pouco de suas reservas financeiras, sem, contudo, comprometer o funcionamento do poder ou da instituição pública que comanda, teríamos um ambiente social menos injusto e mais equilibrado.

Como explicou Maurício, administrar a coisa pública é tarefa para poucos, tantos e tão variados são os problemas estruturais, que exigem de quem está no comando da nau à obrigação de tomar decisões muitas vezes amargas, mas necessárias para o bom desempenho da máquina. Precisamos, disse ele, investir cada vez mais na gestão humanizada, transformando o ambiente de trabalho em lugar agradável e, consequentemente, se preocupando com a equipe, pois, quando assim procedemos, estamos contribuindo para o bem-estar da sociedade, que paga os nossos salários. E foi pensando exatamente nisso que os Conselheiros do TCE-RO abriram mão dos recursos, dando um grande exemplo para todos nós, políticos e gestores.

É bom que se diga, até por uma questão de justiça, que, no final de sua administração, como presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, Maurício Carvalho devolveu quase três milhões de reais aos cofres da prefeitura, para serem aplicados no setor da saúde, resultado de uma gestão calcada na ética, na transferência e no combate ao desperdício. Isso, evidentemente, depois de pagar um milhão e meio de benefícios para servidores que aderiram ao Plano de Aposentadoria Incentiva, atualizar níveis e conceder aumento de salário.

Concordo com o Maurício quando ele diz que uma atitude como a do TCE-RO precisa não somente ser exaltada, mas, principalmente, imitada pela Câmara Municipal de Porto Velho e por todos os gestores públicos do Brasil.