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CAPRICHOS DA NATUREZA - Pássaro que inspirou o desenho do Pica-Pau é declarado extinto

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Cientistas alertam que as mudanças climáticas causadas por ação humana ampliarão a taxa de desaparecimento de espécies em todo o mundo

No dia 29 de setembro, autoridades norte-americanas propuseram a remoção de 23 espécies das Listas Federais de Fauna e Flora Ameaçadas e em Perigo, o que significa que esses animais passam a ser considerados extintos — ou seja, não há mais nada a fazer para protegê-los. Entre elas, está o pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis), ave que inspirou o personagem do famoso desenho do Pica-Pau. Cientistas alertam que as mudanças climáticas e a destruição de ecossistemas causadas por ação humana ampliarão a taxa de desaparecimento de espécies em todo o mundo.

Cada espécie que habita a Terra é resultado de milhares de anos de evolução — erros e acertos adaptaram cada organismo ao seu habitat. Infelizmente, as mudanças climáticas — em grande parte causadas pela ação humana — são mais velozes do que a capacidade que esses animais têm para se adaptar. A lista publicada pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem (USFWS) dos EUA inclui aves, peixes, mexilhões e plantas.

O pica-pau-bico-de-marfim, popularmente conhecido como “Pássaro Deus do Senhor”, era o maior pica-pau das Américas. O último avistamento documentado da espécie ocorreu em 1944, no nordeste do estado da Luisiana, nos EUA.

Desde então, apenas alguns relatos sem confirmação assombraram os profissionais que buscavam proteger a ave. A nova lista é o maior grupo de animais e plantas a serem formalmente apresentados como extintos desde que a Lei de Espécies Ameaçadas foi aprovada em 1973.

Antes disso, apenas 11 espécies foram declaradas extintas. Além do pica-pau-bico-de-marfim, a nova lista inclui um morcego frugívoro, onze aves, oito mexilhões de água doce, dois peixes e uma planta.

Desde 1970, as populações de aves na América do Norte diminuíram em quase 3 bilhões de pássaros. A nova lista de espécies em extinção revela os limites da lei, que, segundo especialistas, só recuperou 3% do que já foi listado.

Num cenário global, o número de espécies documentadas como extintas sobe para 902, mas é bem provável que esse número seja bem maior. Diante de uma “crise de extinção” pela qual a Terra atravessa, muitas espécies desaparecem antes mesmo de terem a chance de serem descobertas, além daquelas que não foram formalmente identificadas. Cerca de 54 espécies foram recuperadas desde 1975, mas as mudanças climáticas intensificam as ameaças.

A lista divulgada pelas autoridades norte-americanas seguirá aberta a comentários públicos pelos próximos dois meses. Ao fim deste período, as espécies citadas serão declaradas oficialmente extintas. (Canaltech)

Diário da Amazônia 


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