Lula e Saul – final melancólico

ColunistaValdemir Caldas

Se o ex-presidente Lula não suspender temporariamente seu périplo pelo Brasil na tentativa de convencer desavisados de que ainda tem credibilidade suficiente e peso na balança eleitoral para voltar a comandar o país, duas coisas podem acontecer: o preço do ovo vai disparar, ou, então, o precioso alimento vai sumir das prateleiras dos supermercados.

A preocupação é justificável. Aonde quer que o ex-presidente e sua caravana vão, onde quer que estejam, são recepcionados com uma chuva de ovos. Em algumas ocasiões, além de ovos, vídeos mostram manifestantes aos gritos chamando-o de “ladrão”. Compreendo o direito que cada um tem de extravasar suas angustias e decepções contra aqueles que não quiseram ou não souberam honrar o mandato conquistado nas urnas, mas, convenhamos, não faz o menor sentido desperdiçar um alimento rico em proteínas, cálcio, zinco, fosforo, ferro, entre outros nutrientes que auxiliam o bom funcionamento do nosso organismo.

Em alguns aspectos, a história de Lula se assemelha a do rei Saul. Senão vejamos: Lula nasceu na pequena cidade de Garanhuns, interior de Pernambuco. Seus pais eram lavradores. Filho de camponeses, Saul nasceu e se criou na cidadezinha de Gibeá. Lula foi o primeiro metalúrgico a ocupar a presidência da República. Saul foi o primeiro rei de Israel. Em seu governo, Lula idealizou e executou importantes programas sociais. Saul se revelou um líder habilidoso e um guerreiro valioso, que conquistou muitas vitórias. O final do reinado de Saul, porém, foi trágico e melancólico. O egoísmo, a ganância e a vaidade afastaram Saul de Deus. A Bíblia diz que um espírito mau o atormentava. Depois que deixou a presidência da República, Lula passou uma temporada na carceragem na Policia Federal, em Curitiba, acusado de comandar o maior esquema de corrupção da história mundial.

Saul tinha tudo para ser um homem de sucesso, mas foi um fracasso. Começou bem e terminou mal. Acabou derrotado no campo de batalha. Lula tinha tudo para entrar para a história como um dos melhores presidentes do Brasil, mas foi uma decepção. Hoje, Lula anda pelo país vestindo o manto esfarrapado da moralidade e apontando o dedo na direção de adversários, apesar dos achincalhamentos e das chuvas de ovos que têm recebido, buscando voltar ao poder, mas tudo indica que colherá o fruto amargo de sua semeadura maldita.

 (*) Por Valdemir Caldas