Ciro chama Palocci de ladrão e diz que Lula não só sabia como se beneficiou da roubalheira na Petrobrás
O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes foi entrevistado pelo jornalista William Waack no jornal da CNN na noite de quarta-feira (26). Ciro não economizou críticas ao PT e, principalmente, ao ex-presidente Lula, a quem o chamou, entre outros substantivos, de egoísta, leviano, mesquinho, alguém que só pensa em seus próprios e inconfessáveis interesses, exemplificando o que aconteceu na eleição presidencial de 2018. Mesmo sabendo que ele (Ciro) era o único candidato capaz de derrotar Jair Bolsonaro, Lula, na época preso, preferiu, por pura vaidade, apoiar um neófito como Fernando Haddad, massacrado pelo tucano João Dória na eleição de 2016 para o governo de São Paulo.
Ciro chamou Antonio Palocci de ladrão. “Prova disso é que ele devolveu R$ 100 milhões aos cofres públicos”, considerado dinheiro desviado da Petrobrás, e acrescentou que Lula não somente sabia do esquema criminoso como também foi o principal beneficiário da roubalheira na estatal. Ele (Palocci) foi ministro da Fazenda do governo Lula. O pedetista evitou críticas ao ex-juiz e pré-candidato do Podemos Sério Moro, mas não perdeu a oportunidade para alfinetar o presidente Jair Bolsonaro, dizendo não acreditar que Bolsonaro irá para o segundo turno.
Se eleito, Ciro prometeu taxar as grandes fortunas, façanha essa que nem Fernando Henrique Cardoso nem Lula conseguiram quando passaram pelo Palácio do Planalto, abroquelados no débil argumento de que a medida poderia levar mais ricos a tirar dinheiro do país. Em vez disso, preferiram navegar de braçadas nas ondas do mercado financeiro. Quando o assunto foi orçamento, Ciro disse que uma de suas primeiras providências seria acabar com as emendas de relator, segundo ele, uma excrecência legislativa usada pelo Executivo para cooptar votos. Mas como fazer isso num parlamento visceralmente fisiológico, com as devidas exceções, foi o que quis saber o jornalista, ao que Ciro respondeu, dialogando, “como o fiz quando fui prefeito de Fortaleza e governador do Ceará”. E concluiu dizendo que sempre esteve ao lado de Lula nas questões de interesse nacional, mas cansou do egocentrismo delirante do petista e de muitos que o cercam.
(*) Por Valdemir Caldas
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