OPINIÃO DE PRIMEIRA - Por falta de apoio, o Arraial Flor do Maracujá, nossa maior referência folclórica, pode desaparecer | Notícias Tudo Aqui!

OPINIÃO DE PRIMEIRA - Por falta de apoio, o Arraial Flor do Maracujá, nossa maior referência folclórica, pode desaparecer

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Em anos passados, quando terminava o Arraial Flor do Maracujá, na mesma noite se anunciava o calendário do ano seguinte. Desde que foi transferido o local (em pleno centro da Capital, na área onde hoje há o prédio do Tribunal de Justiça e próximo à atual Assembleia Legislativa), o Arraial só teve algum momento mais perto daquilo tudo que foi no passado, em dois ou três anos, quando foi realizado no Parque do Tanques. A situação foi só piorando. Com a pandemia, o Arraial acabou se transformando quase num fantasma do que já foi. Neste ano ele voltará a ser grande? Os grupos de quadrilhas e boi-bumbás, que são mais de 40, ainda teimam em sobreviver, com pouquíssimo apoio não só dos órgãos públicos como de empresas privadas. Os abnegados, que lutam para que essa imensa tradição cultural da nossa terra não morra (entre eles Fernando Rocha, presidente da Associação), continuam uma batalha quase inglória. Os obstáculos são tanto que só gente apaixonada pela cultura e pela história, aguenta tantas dificuldades que encontra pela frente. Depois de longo tempo, ao que parece o Arraial volta neste ano, mas numa data completamente fora do contexto: entre 16 e 25 de setembro. Em junho não deu; em julho também não haveria tempo hábil para organizar tudo. Em agosto haverá, no Parque dos Tanques, mais uma edição da Expo Porto. Só sobrou setembro, para o Arraial, porque depois disso não pode ser realizado, por causa da eleição.

          Como os grupos, sem patrocínio e com pouco apoio financeiro oficial vão conseguir tornar novamente grande nosso grande Arraial? Uma das alternativas encontradas foi o apoio de deputados, que com emendas pessoais e de bancada estão ajudando, cada um, seu grupo folclórico. Neste pacote estão cerca de 12 grupos, beneficiados por dinheiro vindo dos parlamentares. No total, há pelo menos 25 grupos de quadrilhas e boi-bumbás, fora deste pacote de apoio. Estes, segundo as conversas em andamento, terão, enfim, apoio financeiro do governo estadual, através da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer. Há ainda tentativa de apoio de empresas privadas, mas isso é daquelas iniciativas que nunca se sabe se darão certo ou não. Ano a ano, mesmo que a paixão dos dirigentes e dos milhares de participantes dos grupos jamais tenha diminuído, ela foi inversamente proporcional ao apoio dos governos, entidades, instituições e outras, algumas delas, aliás, que trabalharam contra. Quem é do meio, sabe o que se está falando! A verdade nua e crua é que a mais importante demonstração da nossa cultura, que já reuniu públicos imensos em anos passados, tem sido tratada como se fosse algo de terceira categoria. O Arraial Flor do Maracujá, lembremo-nos, chegou a ser uma atração mundial, há alguns anos, quando foi transmitido ao vivo pela Record News, entre 2009 a 2012, chegando a pelo menos 156 países. Hoje, está se tornando uma sombra do que já foi, com tão pouco apoio.

Autor: Sérgio Pires


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