O sujo falando do mal lavado
Há um ditado segundo o qual as pessoas defendem melhor aquelas coisas que conhecem. É a pura verdade. Quando o assunto é a preservação da floresta amazônica, a maioria das pessoas tem uma ideia pronta sobre o tema. Algumas, palatáveis; outros, contudo, completamente dissociadas da realidade. O pior de tudo, porém, não são as imposições e as admoestações, mas suas origens. O que tem de gente querendo nos ensinar a cuidar do nosso próprio quintal, não é brincadeira. Exemplo disso são os Estados Unidos, um dos nossos mais ferrenhos críticos. Mas há outros. O que aconteceu com as florestas dos americanos e com os seus os índios?
A discussão da problemática Amazônia tornou-se, de tempos a este, uma obrigação por parte da população brasileira, principalmente depois que essa rica e importante região saltou das páginas do folclore para ganhar o sugestivo nome de “pulmão do mundo” ou “celeiro do mundo”, elemento presente nos grande debates não apenas nacionais, mas, também, internacionais, como uma das derradeiras e mais importantes reservas verde do planeta, com a turma do primeiro mundo insistindo em dizer que nós permitindo a destruição da natureza em troca de conquistar progresso a qualquer custo. É logico que a proteção dessa região, sem qualquer dúvida, é uma bandeira que não pertence apenas aos brasileiros, mas passa de mão em mão no mundo todo.
O problema é a maneira como as questões relacionadas à Amazônia são abordadas, geralmente eivadas de distorções e exageros clamorosos que chegam mesmo a enveredar pelo inacreditável, especialmente por parte da daqueles que sequer conhecem de perto a região, onde ainda existem áreas onde a civilização não chegou. Mais grave, ainda, repita-se, é saber que muitos daqueles que nos criticam, hoje, não souberam ou não quiseram fazer o dever de casa.
Semana passada vi uma matéria no site da CNN Brasil sobre preservação do meio ambiente e, pasmado, descobri que o Brasil ganha de goleada dos americanos nessa área em muitos aspectos, como saúde dos oceanos, qualidade do ar, clima, energia renovável, menos poluição. A lista é extensa. A preocupação do governo americano com a Amazônia me faz recordar aquela passagem bíblica do hipócrita que quer tirar o cisco que está no olho do irmão, mas não observa a trave que está no seu olho. É o sujo falando do mal lavado.
Por Valdemir Caldas
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