CONFLITO IDEOLÓGICO E RELIGIOSO - Entenda o conflito entre Hamas e Israel
Grupo extremista não reconhece o Estado israelense e lançou ataque sem precedentes neste sábado (7.out.2023)
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O grupo palestino Hamas realizou um ataque surpresa a Israel neste sábado (7.out.2023). Ao reivindicar a autoria da ação, afirmou em comunicado que é uma resposta à “agressão sionista”. O governo israelense declarou guerra e realiza operações de retaliação. Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas.
Os 2 grupos reivindicam o território, que tem importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
HAMAS
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Tem um braço político e presta serviços sociais à população palestina, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária.
Mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza. O Hamas já chegou a reivindicar a totalidade da Palestina –o que inclui o território israelense e a cidade de Jerusalém. O grupo não reconhece Israel como país.
Estados Unidos e a União Europeia, além de Israel, classificam o Hamas como uma organização terrorista.
CONTEXTO HISTÓRICO
Eis uma linha do tempo resumindo os principais episódios da disputa:
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1918: Depois do final da 1ª Guerra Mundial, o Reino Unido fica responsável por criar um Estado judeu sem prejudicar as nações não judias da região. Há um aumento da migração de judeus para a região e o antissemitismo ganha força;
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1947: Sem sucesso, os britânicos deixam o território e transferem a responsabilidade para a ONU (Organização das Nações Unidas), que propôs a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel). Árabes recusaram a divisão. Alegaram ter ficado com as terras com menos recursos;
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1948: É reconhecido o Estado de Israel, o que dá início à 1ª Guerra Árabe-Israelense. Gaza é ocupada por egípcios e tem sua área reduzida, com novos limites demarcados;
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1956: Crise de Suez. Israel chega a ocupar Gaza, mas os egípcios retomam o controle;
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1967: Guerra dos 6 Dias devolve o controle de Gaza a Israel, que também ocupa a Cisjordânia e Jerusalém Oriental;
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1973: durante o feriado sagrado judeu do Yom Kippur, um ataque em conjunto da Síria e do Egito pegou Israel desprevenido e deixou um saldo de mais de 20.000 mortos; o ataque levou os partidos nacionalistas israelenses a se unirem para criar o Likud, do atual premiê Benjamin Netanyahu;
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1987: 1ª Intifada, revolta dos palestinos contra tropas israelenses;
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1993: os Acordos de Oslo criam a ANP (Autoridade Nacional Palestina) para assumir a administração política dos territórios palestinos. Mas Israel segue ocupando as regiões;
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2000: 2ª Intifada;
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2005: Israel deixa a Faixa de Gaza;
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2006: o braço político do Hamas vence o Fatah nas eleições parlamentares da Faixa de Gaza. O poder da ANP diminui e há atritos com o Fatah, que governa a Cisjordânia;
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2007: Hamas assume o controle da Faixa de Gaza;
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2012: ONU reconhece a Palestina (formada por Faixa de Gaza e Cisjordânia) como um Estado-observador permanente. Abre caminho para o reconhecimento da Palestina como um Estado de direito, o que ainda não foi feito.
Os conflitos são constantes entre Israel e o Hamas. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018 e 2019. Em 2021, um conflito em Jerusalém Oriental durou 11 dias.
No mesmo ano, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, adiou as eleições legislativas marcadas para maio, alegando incertezas quanto à participação de palestinos no pleito por conta das ações de Israel.
Não há nova data para o pleito. O Hamas condenou a decisão.
OFENSIVAS RECENTES
Em janeiro de 2023, israelenses invadiram um campo de refugiados e mataram 7 soldados palestinos e 2 civis. Muçulmanos responderam e dispararam 2 foguetes da Faixa de Gaza contra Israel, que realizou novos ataques aéreos em Gaza.
Os israelenses lançaram um novo ataque aéreo na região em 9 de maio. Os alvos eram líderes militares muçulmanos. Além de 3 militares, outras 10 pessoas morreram. O ataque foi feito uma semana depois de ser estabelecido um cessar-fogo com facções armadas palestinas.
Seguiram-se 5 dias de intenso conflito armado que resultou na morte de pelo menos 33 pessoas na Faixa de Gaza e duas em Israel. Um novo cessar-fogo foi estabelecido em 13 de maio.
Em 19 de junho, Israel realizou nova ofensiva em Jenin, a 3ª maior cidade da Cisjordânia. Foi a 1ª vez que o país usou helicópteros militares na região desde a 2ª Intifada.
Ao menos 5 palestinos morreram na ação. No dia seguinte, 2 integrantes do Hamas abriram fogo em um assentamento israelense no território. Ao menos 4 morreram.
Em 21 de junho, vilas palestinas foram alvo de centenas de israelenses assentados, depredando carros, casas e atirando em civis. Israel realizou um ataque com drones na Cisjordânia (o 1º desde 2006). Três militantes foram mortos.
A disputa aumentou de proporção com o ataque do Hamas neste sábado (7.out) e a retaliação de Israel. Pelo menos 1.828 pessoas morreram até 3ª feira (10.out) como resultado das ofensivas.
Diversas autoridades internacionais se posicionaram contra o ataque do Hamas, e os Estados Unidos afirmaram que estão prontos para apoiar os israelenses.
(Poder360)
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