SABATINA INSOSSA - Band não empolga e candidatos à Prefeitura de Porto Velho apostam no ‘‘mais do mesmo’’
A troca do confronto de ideias pelo monólogo de autoelogios empobrece a democracia e deixa o eleitor órfão de conteúdo
A recente sabatina promovida pela Band com os candidatos à Prefeitura de Porto Velho não conseguiu cumprir a missão esperada: trazer à tona um verdadeiro debate de ideias e projetos para a cidade. Em vez disso, o que se viu foi uma sequência de discursos ensaiados, uma espécie de apresentação de “cartão de visitas” que, na prática, contribuiu pouco para esclarecer as reais intenções e capacidades dos postulantes ao cargo.
A ausência de confronto direto entre os candidatos, substituído por perguntas pré-programadas, resultou em um ambiente onde o debate de ideias, essencial para a democracia, foi substituído por um desfile de frases feitas. Esse formato, que favorece quem já está no poder, acabou se mostrando inócuo para o eleitorado que esperava ver como os candidatos se sairiam diante de questionamentos diretos e impensados.
Entre os participantes, Mariana Carvalho, do União Brasil, que tem a benção do atual prefeito Hildon Chaves, do PSDB, utilizou seu tempo para exaltar a administração vigente e prometer mais esforços para a melhoria da capital. O tom de continuidade predominou em sua fala, deixando claro seu alinhamento com o grupo que já governa a cidade. Suas propostas, embora bem articuladas, acabaram por soar como uma reafirmação do que já foi feito, sem trazer inovações significativas que pudessem capturar a imaginação do eleitorado.
Os demais candidatos, por sua vez, se limitaram a considerações genéricas sobre suas próprias capacidades e a tecer críticas sutis à administração atual. No entanto, faltou o enfrentamento direto, o desafio às propostas de Mariana, que poderia ter gerado um debate mais vibrante e informativo. Ao invés disso, optaram por uma postura mais cautelosa, que pouco contribuiu para diferenciar suas candidaturas e engajar o público.
A sabatina, ao optar por um formato mais ameno, acabou por transformar o que poderia ter sido um evento rico em conteúdo em um exercício monótono de autopromoção. Os eleitores, que aguardavam com expectativa a oportunidade de comparar os candidatos em situações de pressão, ficaram com uma impressão de “mais do mesmo”, sem conseguir perceber diferenças claras entre os postulantes ao cargo de prefeito.
Mariana Carvalho, nascida em São Paulo, médica e advogada, já possui uma trajetória consolidada na política local. Aos 37 anos, já foi vereadora, deputada federal e tentou outros cargos de relevância, como senadora e prefeita. Atualmente, além de sua candidatura, atua como reitora de uma faculdade particular em Porto Velho. Seu discurso durante a sabatina reforçou sua experiência e proximidade com a atual gestão, mas careceu de novidades que pudessem entusiasmar os eleitores em busca de mudança.
Por outro lado, Benedito Antônio Alves, de 64 anos, é um nome respeitado na área jurídica e educacional, com um currículo extenso que inclui atuação como professor universitário, advogado, e Conselheiro no Tribunal de Contas de Rondônia. Apesar de sua bagagem, sua participação na sabatina foi marcada por um tom professoral, que não conseguiu romper a barreira da formalidade para se conectar mais diretamente com o eleitor.
Léo Moraes, de 40 anos, com uma carreira que já inclui mandatos como vereador, deputado estadual e federal, trouxe a experiência de quem já esteve na política local por várias legislaturas. Mesmo assim, sua participação careceu de assertividade, optando por uma postura mais defensiva que não explorou todo o potencial de confronto que o formato tradicional de debates permite.
Samuel Costa, com 34 anos, advogado e jornalista, buscou se apresentar como uma alternativa mais jovem e dinâmica, mas acabou repetindo fórmulas já conhecidas, sem trazer um discurso inovador que pudesse capturar a atenção dos indecisos. Célio Lopes de Araújo Junior, também advogado, com 33 anos, tentou se diferenciar com uma ênfase na gestão pública, mas sua participação foi ofuscada pela falta de um enfrentamento mais incisivo às propostas dos concorrentes.
Ricardo Frota, advogado e jornalista de 45 anos, fez uma apresentação discreta, sem trazer novidades ou grandes promessas. Sua experiência em cargos públicos não foi suficientemente explorada para destacar sua candidatura. Por fim, Euma Tourinho, com formação em Direito e MBA no Poder Judiciário, trouxe uma postura mais técnica, que se perdeu no meio da sabatina morna, não conseguindo se destacar entre os demais.
O formato adotado pela Band, ao optar por uma sabatina em detrimento de um debate real, pode ter contribuído para tornar a escolha do próximo prefeito de Porto Velho uma decisão mais difícil para o eleitor. A falta de confronto direto entre os candidatos deixou no ar a sensação de que todos jogaram para manter o status quo, em vez de lutar por mudanças reais que a cidade tanto precisa. E, assim, o eleitorado segue sem saber, de fato, quem está mais preparado para enfrentar os desafios de Porto Velho.
(rondoniadinamica)
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