ESCRITOR MONTEZUMA CRUZ - A aventura da mineração em Rondônia é mostrada em livro
Jornalista Montezuma Cruz conta histórias e consequências sociais da mineração: criminalidade, doenças, prostituição e tráfico de mulheres na Amazônia.
O jornalista Montezuma Cruz, com 55 anos de carreira, lança nesta sexta-feira (23/8), às 19h, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho (RO), seu mais recente livro, “Território Dourado”. A obra, com 154 páginas, traz à tona histórias inéditas e significativas sobre a mineração em Rondônia, abordando a vida nos garimpos do Rio Madeira (região de Porto Velho), na Serra Sem Calças em Jaru (região central do estado) e na Serra do Touro em Colorado do Oeste (sul de Rondônia).
Montezuma Cruz revela que a exploração de minérios e metais na região ocorre sem a devida fiscalização dos órgãos públicos federais e estaduais. O autor vai além da mineração, destacando os problemas sociais decorrentes da extração de ouro, como doenças, prostituição e criminalidade. Ele também aborda o tráfico de mulheres entre os estados do Acre, Goiás, Mato Grosso e Rondônia, e a alta mortalidade materna na Amazônia, conforme dados do Ministério da Saúde.
O garimpo na tela pintada por R. Prado. Foto: Reprodução
O livro também explora a ascensão e queda da zona boêmia de Porto Velho, frequentada por garimpeiros entre as décadas de 1970 e 1980, período marcado por doenças venéreas e malária, antes da epidemia de AIDS. A narrativa inclui a ganância de grupos bilionários, o contrabando de metais pelo antigo Aeroporto Belmonte, e questões como analfabetismo, drogas e cinema nos garimpos.
Correspondente de importantes jornais brasileiros, Montezuma relata que, no auge das atividades garimpeiras, o Banco Central enviava aviões com dinheiro para suprir o intenso movimento comercial. A Avenida 7 de Setembro, principal via de Porto Velho, era conhecida como “rua do ouro” devido à quantidade de lojas de compra e venda do metal.
O autor Montezuma Cruz com seu livro. Foto: Divulgação
Ouro e estanho (cassiterita) fazem parte da história de Rondônia desde o século passado. Na década de 1950, o seringalista Joaquim Pereira da Rocha testemunhou um aumento de pessoas em seu Seringal União e rapidamente contatou o geólogo Donald Campbell e o governador Jesus Burlamaqui Hosannah, que apoiaram a pesquisa, conforme relatado pelo jornal ‘O Globo’.
Trata-se de um livro-reportagem envolvente, desnudando a realidade dos garimpeiros e comerciantes que os apoiavam. A obra também inclui pinturas a óleo do artista rondoniense Rafael Prado, filho de garimpeiro, reconhecido em Bienais no Brasil e no exterior. Recentemente, Rafael participou de exposições itinerantes em Belo Horizonte (MG) e Marabá (PA).
Sobre o autor
Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.
Autor: Júlio Olivar
*O conteúdo é de responsabilidade do colunista
Noticias da Semana
* DESEMPENHO - Rondônia se destaca na Olimpíada Nacional de Eficiência Energética
* LULA IMPACIENTE E APRESSADO - Lula refaz foto oficial do G20 com Biden, mas sem Milei
* AGRESSÃO - Jovem é encontrada gravemente ferida em residência na zona Leste de Porto Velho
* A 'INCONTROLÁVEL' DO LULA - Mídia internacional dá destaque ao xingamento de Janja a Musk
* LIÇÃO NO BRASIL - Paraguai está entre os países com os preços de combustíveis mais baixos
* G20 COMEÇA SEM PUTIN - Lula recebe autoridades do G20 no Rio; Milei foi um dos últimos a chegar
* O VERMELHINHO DO ALVORADA - Play9 de Felipe Neto recebeu R$ 14 milhões em isenção fiscal
* GOVERNO PROIBIDO DE BLOQUEAR - Governo sofre derrota no Senado sobre emendas parlamentares
* OPERAÇÃO CONTRAGOLPE - Plano era matar Lula, Alckmin e Moraes com veneno