GLÓRIAS E SAUDADES DE UM HERÓI – 66 anos da morte do Rondon
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Antes mesmo de completar dez anos da sua morte, os poderes econômicos, religiosos e políticos promoveram a derrocada da Instituição, da qual foi o primeiro diretor em todo o Brasil, SPI.
Após 66 anos da morte de Cândido Mariano da Silva Rondon, seu nome é exemplo e segue na memória de todos nós brasileiros. Preocupado com sua vida pós morte, Rondon providenciou a compra da sua sepultura quando tinha 60 anos e mandou escrever o lema Positivista “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.
Esse militar que foi norteado pelos princípios da Religião Positivista formulou e adotou o lema verdadeiramente religioso que foi a diretriz dos trabalhos de pacificação no serviço de Proteção aos Índios.
Antes mesmo de completar dez anos da sua morte, os poderes econômicos, religiosos e políticos promoveram a derrocada da Instituição, da qual foi o primeiro diretor em todo o Brasil, SPI.
Indicado ao Prêmio Nobel da Paz por três vezes (1925 – 1956 e 1957), dirigiu a Missão Científica Rondon-Roosevelt (1913-1914) e, juntamente com o presidente americano, percorreu centenas de quilômetros nos sertões de Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Rondon está triplamente sepultado nos corações do povo que o escolheu como padroado, durante três grandes momentos de sua vida ficou para sempre registrado nas regiões sudeste, centro-oeste e norte.
Diria que a primeira está no estado de Mato Grosso, região onde nasceu, se formou e conquistou experiência desejada; a segunda está no Rio de Janeiro, estado onde escolheu para passar seus últimos dias e repousar eternamente e por fim estaria o estado de Rondônia, onde toda uma sociedade o clama como grande herói e o admira por ter deixado o legado de sua história.
A Rondônia de Rondon é pura energia. Rondon é o coração que pulsa dentro de um estado que o considera como princípio fundamental de preservação dos povos indígenas. Os estados que foram visitados por Rondon reconhecem o grande homem e estadista que ele foi, com sua bravura e dedicação ao processo de interligar o Norte ao centro oeste, enfrentando todos os tipos de desafios.
Para Rondon, o que lhe empolgava eram os feitos da nobreza de sua missão, a grandeza de sua pátria e o bem da humanidade. Rondon se enquadrava na realidade onde ia bem, estando no mesmo time de grandes obreiros da civilização universal, como o Penn, fundador da Pensilvânia que celebrou um tratado com os índios da América, e em Portugal o Visconde de Serpa Pinto.
Rondon faleceu às 09:07 do dia 19 de janeiro de 1958 na cidade do Rio de Janeiro em seu apartamento aos 92 anos de idade, quase totalmente cego. Sendo sepultado no cemitério de São João Batista. A Extrema-Unção foi dada por seu neto o padre Emanoel Rondon Amarante.
O médico de cabeceira foi seu genro. Como disse seu neto Cel. Antônio Lara Marialva Meireles Rondon: “A paz tomou o rosto sereno do homem que fecha os olhos para a eternidade”.
O legado do Marechal Rondon foi cuidadosamente trabalhado ainda no governo de Juscelino Kubitschek. A cerimônias fúnebres foi realizada em 20 de janeiro de 1958, sob os cuidados do Exército Brasileiro e do governo federal.
O presidente da República Juscelino Kubitschek decretou 3 dias de luto nacional, ficou o tempo todo ao lado do caixão aberto, olhando fixamente para o rosto do Rondon, em sua mente se passou toda a história daquele sertanista que viera de Mimoso e se tornou um herói nacional. Então Juscelino declarou: “o Marechal Rondon, está na consciência dos brasileiros e no mapa nacional”.
Bandeirante dos sertões, amigo revelado dos índios, militar que teve no coração a causa da integridade do país, sacrificou o melhor de sua vida e a luz dos seus olhos pelo Brasil humilde e longínquo, onde queria que a cultura substituísse pacificamente a selvageria primitiva.
O sonho do Rondon é o legado à posteridade. A sua obra é uma glória do povo. A sua biografia pertence à humanidade. Em vigília próximo ao caixão, estavam presentes generais e marechais que como ato de humildade e solidariedade, carregaram o caixão até um veículo militar. Em cada alça do caixão estava, o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra e o ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott. Na parte da frente vinha o Comandante do primeiro Exército (Rio de Janeiro e São Paulo) e Odilio Denys.
Ao chegar no Cemitério de São João Batista no bairro Botafogo, o caixão foi recebido com uma salva de 21 tiros. No último elogio, foi feito à leitura da frase de sua lápide: “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.
Lourismar Barroso é Doutorando em Educação, membro do Instituto Geográfico e História Militar do Brasil – ICOMOS/Brasil, historiador, escritor e biógrafo da vida do Mal. Rondon. Escreveu: Rondon: uma vida dedicada ao Brasil.
(newsrondonia)
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