LÍNGUA DE FOGO – De S. Lucas ao médico intensivista: Os predestinados a curar e salvar

Neste dia 18 de outubro, se comemora o Dia do Médico. Esta nobilíssima profissão tem São Lucas como patrono, justamente por ter sido um apóstolo de Jesus Cristo, possível autor do evangelho que leva o seu nome, e que se notabilizou por cuidar e curar as pessoas por ande andou.

Todas as profissões são nobres, pois a sociedade humana necessita e precisa de todas elas. Se uma falta, a cadeia de serviços se quebra e forma uma lacuna de necessidade.

Mas nosso Deus, concedeu a todos os seus filhas e filhos, dons e habilidades para aprender, fazer, e executar tarefas. E quando a pessoa identifica o seu dom e o desenvolve, se torna conhecida e respeitada pelo que faz.

Mas o médico, cuja profissão homenageamos hoje, carece de algo mais para atingir a excelência citada acima: precisa amar gente, ser devotado às pessoas que cuida, como um sacerdócio.

Os que se reconhecem com este nível de fervor e paixão pelo que faz, costumam dizer que ‘a medicina me escolheu’. É como dizer: foi Deus que me escolheu. E reconhecer a sua verdadeira missão neste mundo.  

É aí que os ‘anjos de branco’ materializam esta frase de reconhecimento do seu papel na sociedade.

Talvez por isso, quando o meu primeiro filho, hoje o reconhecido odontólogo George Patta, tinha menos de um ano, sofrendo de uma infecção intestinal resistente que quase o matou, foi salvo por um destes ‘anjos de branco’ em cuja porta bati, como se fosse a última esperança.

Após passar por vários especialistas, consumir prateleiras de remédios caros, este ‘anjo de branco’ ouviu o relato dos pais, sentiu a angustia de suas almas e se debruçou sobre a criança: toca aqui, ali, escuta, apalpa, pergunta e, por fim, tira o estetoscópio do ouvido, prescreve um único remédio, não pede exames e diz – ‘vá na farmácia bem em frente, do outro lado da rua e compre estes comprimidos, dissolva um numa colher e dê pra ele agora. E por três dias, de 8 em 8 horas. Se não melhorar, volte aqui’

Saí dali meio descrente. Na farmácia, uma surpresa: o remédio era tão barato – algo como cinco reais hoje – que perdi a fé por inteiro.

Olhei para a mãe do meu filho e vi a mesma desconfiança. Mas fizemos como ele indicou. E o menino foi curado, cresceu, se fortaleceu, e hoje nos enche de orgulho cuidando de gente. Aquele ‘anjo de branco’ salvou o meu filho.

Da mesma forma, dez anos depois, morando em Ariquemes no início da década de 80, Deus me usou para ser pai de mais um menino. Num tempo em que a malária era epidêmica em Rondônia da era da colonização.

Meu filho, com meses de nascido, pegou malária. O médico indicou 0,5 cc de Aralém injetável.

Na farmácia, a pessoa que vendeu e aplicou a injeção confundiu e injetou o frasco inteiro, 5 cc. O bebê desfaleceu e em seguida se agitou convulsivamente no meu colo.

Gritei para a mãe: ‘nosso filho está morrendo’. Corri para os dois únicos hospitais particulares da cidade em construção. Não encontrei nenhum dos médicos. Corri para o posto de saúde público sem estrutura nenhuma.

Mas lá tinha um médico que recebeu meu filho e disse: ‘ele está em convulsão, mas vamos lutar’ e pediu uma tala para mobilizar a perna do bebê. Não tinha. Ele correu pro terreno do fundo do Posto, quebrou um galho de mato, desfolhou e fez a tala e o serviço. Aplicou outra injeção e pôs remédio num soro pendurado num prego da parede e falou: ‘podem ir pra casa. Agora é eu, ele e Deus. Se ele lutar, nos venceremos’.

Este ‘anjo de branco’, sem nenhuma condição, mas com a ajuda de Deus, salvou o meu filho.

O Dr. Thiago Patta, hoje é um notável ‘anjo de branco’ e enche os corações de seus pais de orgulho. Em seu nome, homenageio todos os médicos, ‘anjos de brancos’ de Rondônia.

É do que trata o ‘Língua de Fogo’ de hoje.

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Fonte: noticiastudoaqui.com