A raça que supera todos os problemas: como o Botafogo virou campeão carioca
Botafogo ensinou uma dura lição aos vascaínos na decisão do Campeonato Carioca: jamais comemore antes do árbitro dar o apito final. Na base da raça, o Alvinegro superou um jogo cheio de problemas: nó tático, contusões, erro de arbitragem, nervosismo à flor da pele... Deixou tudo isso para trás para fazer 1 a 0 sobre o Vasco no último lance da partida no Maracanã, quando a torcida adversário já gritava "é campeão", e para conquistar nos pênaltis o seu 21º título estadual (vejs os lances no vídeo acima). Se tinha tudo para dar errado neste jogo, deu certo!
ARMADILHA
Valentim fez o básico. Com Matheus Fernandes, colocou outro volante na vaga do suspenso Lindoso e manteve a equipe. Mas caiu na armadilha de Zé Ricardo. Em vantagem, o Vasco reforçou as laterais do campo, justamente os pontos fortes adversários. O Botafogo ficou preso em todo o primeiro tempo e só conseguiu levar perigo em uma bomba de Luiz Fernando de fora da área. O Cruz-Maltino era melhor e perdeu dois gols feitos, um com Pikachu e outro com Riascos. E o Alvinegro logo viu a ansiedade por um gol virar nervosismo e nem parecer que tinha um jogador a mais durante toda a etapa final, após a expulsão de Fabrício.
CONTUSÕES
Já sem João Paulo, que vinha sendo seu principal jogador na temporada e quebrou dois ossos da perna, o Alvinegro voltou a ter "vítimas" no clássico contra o Vasco. Desta vez, perdeu Luiz Fernando, único que criava perigo no primeiro tempo, e Moisés, que voltou de muletas do intervalo. Valentim precisou queimar duas substituições forçadas, e Pimpão e Gilson não entraram bem.
ARBITRAGEM
O Botafogo reclamou de três pênaltis no jogo: um em chute que pegou no braço de Rafael Galhardo, no primeiro tempo, outro em Carli na bola aérea e um terceiro de Paulão em Kieza, os dois últimos já na etapa final. Ao menos um o time tem razão: Carli foi puxado pela camisa na área, pênalti claro não marcado por Wagner do Nascimento Magalhães.
SUPERAÇÃO
E mesmo diante de todo esse cenário negativo, o Botafogo conseguiu se superar. Valentim nunca deixou de elogiar a entrega dos jogadores nos treinos, e foi na base da vontade que o time foi buscar no último lance da partida o empate com Carli, após bate-rebate na área. Nos pênaltis, foi a vez de Gatito Fernández brilhar, defender duas cobranças e levar a melhor no duelo particular com Martín Silva. A torcida pode questionar a qualidade técnico do elenco, mas jamais se queixar de falta de raça desse time que parece não desistir. A conquista, porém, não pode maquiar as carências do grupo, que precisa ser reforçado para sequência do ano.
AGENDA
Nem dá tempo de comemorar, o Botafogo volta a campo já no meio de semana para a estreia na Copa Sul-Americana. O Alvinegro viaja nesta terça-feira para o Chile, onde na quinta enfrenta o Audax Italiano, às 19h15 (de Brasília).
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