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Financial Times sobre Lula: é finalmente 'tchau, querido'?

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LONDRES - Usando a expressão em português, o site do jornal britânico Financial Times perguntou se finalmente é "tchau, querido" para o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua página na internet, o jornal britânico diz que a verdade tem competido com ficção na política brasileira, mas a primeira saiu vitoriosa, e a potencial desqualificação do ex-metalúrgico para concorrer à eleição presidencial "revela o vácuo de liderança que está no coração da política do País".

A publicação conta que, na parte real do drama, um ônibus da caravana de Lula foi baleado enquanto o líder populista viajava pelo Sul do Brasil, deixando buracos de bala, mas não vítimas. Ainda não foram identificados culpados no ataque. O petista vem como o mais forte esquerdista, com 36% das intenções de voto nas eleições de outubro - o dobro de seu rival mais próximo - e estava em campanha na região em uma última tentativa de aumentar o apoio público antes de um julgamento crítico na próxima semana.

Conforme o FT, Lula já tem "praticamente um pé na cadeia" depois de ser condenado por corrupção por receber favores de uma construtora. De acordo com a lei brasileira, uma vez que uma condenação é confirmada por um tribunal de apelação, um criminoso deve apresentar quaisquer recursos adicionais aos tribunais superiores a partir do "conforto" de sua cela de prisão. Tendo esgotado todos os caminhos possíveis no tribunal de apelações, a última esperança de Lula é um pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), medida que permitiria que ele permanecesse livre, aguardando novas apelações.

O STF deverá ouvir seu caso na próxima semana. Se decidir contra ele, pode ser "tchau, querido" para o político mais conhecido do Brasil, afirma o FT, explicando que a expressão se trata de uma marca de sua protegida, a ex-presidente Dilma Rousseff, que se tornou um lema para os políticos da oposição.

O tiroteio aumentou o calor do que já promete ser uma eleição divisória. O site destaca que o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, chegando na mesma região do comboio de ônibus, reiterou seus pedidos para que a polícia possa atirar para matar. Outro proeminente candidato presidencial, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, de centro-direita, disse que o Partido dos Trabalhadores está "colhendo o que plantou".

No entanto, mesmo com o aumento da controvérsia sobre o ataque ao ônibus, o mesmo aconteceu com outra linha, desta vez sobre uma nova série da Netflix, O Mecanismo, do diretor brasileiro José Padilha. Vagamente baseado na maior investigação de corrupção do País, a Operação Lava Jato, o PT estava inconformado. Os líderes do partido pensaram que a série os visava com sua representação de políticos obscuros. "A administração da Netflix não sabe com quem está mexendo", disse a ex-presidente Dilma.

Mas, no final, a realidade voltou a roubar os holofotes com a libertação da prisão do mais corrupto político do país, Paulo Maluf. Depois de passar apenas alguns meses na prisão após uma vida inteira de casos de corrupção, a Suprema Corte determinou que o parlamentar de 86 anos poderia ser colocado em prisão domiciliar - bem a tempo de celebrar a Páscoa com sua família. "Parece que, apesar do drama sobre a Lava Jato, a impunidade está longe de terminar no Brasil", considerou o site.



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