GRAMPO DA ASSEMBLEIA: deputados confessam trama, Comissão de Ética se cala | Notícias Tudo Aqui!

GRAMPO DA ASSEMBLEIA: deputados confessam trama, Comissão de Ética se cala

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O grampo é “criminoso, manipulado, e obtido por meios ilícitos”, protesta o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Maurão de Carvalho, referindo-se à gravação na qual ele e o seu colega Jesuíno Boabaid (PMN) tramam o impeachment do governador Confúcio Moura.

Apoiado pelo deputado Hermínio Coelho (PDT), ele ameaça agora abrir Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o grampo ocorrido na Assembleia e possíveis escândalos de corrupção no governo.

A gravação clandestina, embora negada, é atribuída ao chefe da Casa Civil, Emerson Castro.

Leia também Confúcio chantageado e o artigo do jornalista Osmar Silva: Sobrou pra Mariana.

“É uma forma medieval de se fazer política”, lamentou o vice-governador Daniel Pereira (PSB).

Dois dias depois do “estouro” do áudio entre ambos divulgada no WathsApp e em redes sociais, o pré-candidato ao governo pelo PMDB, Maurão, é rigoroso por ser pego com a boca na botija. No entanto, o equilíbrio e a ética exigidos na apuração do caso pressupõem a abertura de uma CPI para apurar crimes de conspiração e chantagem cometidos por ele e Boabaid.

Irritado, Daniel Pereira disse na televisão que atribui a exoneração de seus indicados ao escândalo da ponte de Ji-Paraná investigada pelo Ministério Público e resultou no bloqueio de R$ 18,5 milhões dos envolvidos, entre eles, o ex-diretor geral do DER, Ezequiel Neiva, que deixou o órgão.

 

ÉTICA “DESCANSA”

 

Nesse imbróglio, aguarda-se que a silenciosa Comissão de Ética do Poder Legislativo se manifeste.

Maurão se defende na trama contra Confúcio Moura, afirmando que “muita gente incomodada tenta, de forma suja e rasteira, lhe atingir”.

Já na sessão desta quarta-feira (7), Boabaid alegou na tribuna ser vítima de “violação da intimidade”, referindo-se às gravações clandestinas.

Exigindo conhecer “de onde saíram e o conteúdo na íntegra”, o deputadoestranhou que o vice-governador adiantasse o fato no sábado (3).

Segundo Boabaid, em nenhum momento da gravação ele fala em propina, mas sustenta a aplicação do regimento interno da Assembleia e a Constituição Estadual quanto à possível CPI. “Qualquer cidadão pode fazê-lo”.

Os pronunciamentos de Maurão e Boabaid são por si só a confissão da conversa na qual tramam o impedimento do governador.

Diante de possível insucesso para abertura das investigações, declarou na tribuna: “CPIs não avançam na Casa de Leis, porque não se conseguem as oito assinaturas necessárias”. “Para qualquer pedido de afastamento são necessárias 16 assinaturas”.

A respeito do vice, o deputado o acusa de mudar titulares de cargos sem o consentimento de Confúcio. “ O Daniel Pereira, antes de assumir o governo, já estava tratando o governador como ditador, não aceitava nomeação e indicação dele, não aceitou que Confúcio indicasse o nome do seu vice, caso ele viesse ao pleito de governador e estava fazendo várias mudanças sem ter o aval do Confúcio”.

“Eu fui o autor do requerimento para o Ezequiel Neiva (ex-diretor do DER) comparecer aqui junto com os procuradores. Afinal, para que abrir CPI se a Justiça já até bloqueou os bens de todos os envolvidos?”, discursou.

PERÍCIA DA GRAVAÇÃO

Destituído de suas nomeações, o vice-governador Daniel Pereira amarga o desmoronamento de sua pré-candidatura ao governo, o qual assumiria se Confúcio se licenciasse no dia 12 para a disputa de uma vaga no Senado Federal.

Daniel disse ao radialista Arimar Sá que Confúcio até lhe indicara o secretário estadual da Fazenda, Vagner Luiz de Freitas, para ser seu vice numa possível eleição ao governo. “Informei ao governador que já tinha um compromisso com o senador Acir Gurgacz (PDT)”.

Sabendo bem antes dos grampos contra Maurão e Boabaid, o vice prometeu pedir à Polícia Federal, Ministério Público e Ministério da Justiça que façam a perícia do áudio.

Em entrevista à TV Gazeta, Daniel Pereira expôs seu descontentamento com o recuo do governador em relação à candidatura, atacou o chefe da Casa Civil e uma assessora direta de Confúcio. “Eu estava preparado para assumir dia 12”, afirmou.

REAÇÃO NA PM

“Vergonha é o que cada policial militar do Estado de Rondônia sente neste momento. É inadmissível ver nossa instituição ser moeda de troca em função de interesses espúrios e criminosos”, protesta o coronel Fernando Luís Brum Prettz, presidente da Associação dos Praças da PM e ex-comandante da corporação.

Em mensagem distribuída nesta quarta-feira (7) Prettz lamenta que Boabaid (policial militar) e Maurão tramaram contra o governo. Mas não poupa Confúcio:

“O que pensa um governo que em cinco dias destitui do cargo de comandante geral aquele a quem lhe fora confiado o comando da maior força de segurança pública do Estado, assim, por capricho?”, questiona o coronel.

 


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