Incêndio em SP: o que se sabe sobre o prédio que desabou
O incêndio no edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, que causou o desabamento do prédio na região do Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, deixou muitas questões. O fogo começou no 5º andar por volta da 1h30 de terça-feira (1º) e consumiu toda a edificação, que desabou cerca de uma hora depois. O G1 reuniu informações sobre o acidente.
Feridos ou mortos
Ainda não há confirmação sobre feridos ou mortos no incidente.
Apenas um homem é considerado desaparecido. Ele estava sendo resgatado pelos bombeiros quando o prédio desabou. Vizinhos o identificaram como Ricardo, conhecido pelo apelido de Tatuagem.
Outros 48 moradores não foram localizados. No entanto, não se sabe se eles estavam no local do acidente.
Causas do incêndio
De acordo com bombeiros e peritos, existem as hipóteses de explosão (alguma faísca após vazamento de gás), problemas elétricos (curto-circuito) e até criminoso (uma pessoa poderia ter ateado fogo em álcool após briga).
O secretário da Segurança, Mágino Alves, afirmou que um acidente doméstico é principal hipótese para o incêndio.
Buscas
O Corpo de Bombeiros realiza, desde a manhã desta quarta (2), buscas para localizar o homem desaparecido. Uma retroescavadeira estava sendo usada para retirar alguns escombros do local. As equipes de resgate também usavam câmeras instaladas em drones capazes de detectar calor.
Famílias que viviam no local
O prédio era ocupado por 372 pessoas, de 146 famílias, segundo o Corpo de Bombeiros.
No dia 10 de março, a Prefeitura de São Paulo cadastrou cerca de 150 famílias que afirmavam morar no prédio, somando 400 pessoas. Desse total, 25% eram famílias estrangeiras.
Dono do imóvel
O imóvel pertencia à União, estava sem uso oficial e havia sido ocupado por grupos sem-teto.
Ocupação
A Prefeitura de São Paulo, o governador do estado, o presidente da República e os bombeiros tinham conhecimento sobre a ocupação e dizem que a situação do imóvel não era ignorada.
'Tragédia anunciada'
O professor de engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Helene afirma que o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida foi uma "tragédia anunciada" pela falta de sistemas de proteção antifogo, falta de ação do poder público e a estrutura mista de concreto e aço do edifício, menos resistente ao fogo.
Moradores
Os moradores foram encaminhados para abrigos. No entanto, muitas famílias se recusaram a ir e reivindicam moradia fixa. Elas passaram a madrugada desta quarta nas ruas.
Histórico do prédio
Um relatório emitido pela Prefeitura de São Paulo em 26 de janeiro do ano passado já havia apontado que o prédio que desabou no Largo do Paissandu, no Centro, não tinha condições mínimas de segurança contra incêndio.
Investigação
Nessa terça-feira (1º), a Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo decidiu reabrir o inquérito que estava arquivado desde março e apurava eventuais riscos de segurança no Edifício Wilton Paes de Almeida.
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