O rio Escondido está salvo. Resta salvar os outros em Rondônia | Notícias Tudo Aqui!

O rio Escondido está salvo. Resta salvar os outros em Rondônia

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O desafio é maior, a cada dia: só no município de Cacoal há mais duas mil nascentes de rios e igarapés ameaçadas. Na Capital, Porto Velho, o Madeira [maior afluente da margem direita do rio Amazonas] recebe esgoto de diversos bairros e suas barrancas estão assoreadas.

Em Jaru, o rio Escondido está salvo. Restam outras centenas de rios, afluentes e igarapés ameaçados pelo desmatamento ciliar na região central de Rondônia e Zona da Mata. “O mais importante primeiramente é salvar nascentes”, alerta o consultor ambiental Adilson Pepino.

Rondônia tem sete bacias hidrográficas e diversas sub-bacias, informa o coordenador do Projeto Recuperar na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), engenheiro florestal Edgard Menezes Cardoso. Técnicos da Emater-RO colaboram.

Pepino costuma dizer em suas palestras: “Como será o cenário rondoniense daqui a 30 anos?”. Para ele, só haverá conscientização maior a respeito da conservação se as nascentes forem revitalizadas e, depois, as matas ciliares.

Robson Damasceno, da Sedam, lembra que 12% da água doce do mundo percorre o território brasileiro, onde vivem menos de 3% dos seres humanos. 

 

JARU E REGIÃO

Segundo Cardoso, o projeto contempla a sub-bacia do rio Jaru, que abrange 15 municípios rondonienses. “É uma de intensa atividade agropecuária, com fontes de água comprometidas”, ele assinala.

O igarapé Mororó, que banha Jaru, está na lista e terá sua mata ciliar protegida. A Sedam cadastrou pessoas e imóveis no entorno das águas.

 “É o esforço do engajamento, e todos poderão colaborar”, diz Cardoso.

O engenheiro lembrou que no período de chuvas intensas, rios transbordam e levam problemas à população das margens. Daí, a recuperação ambiental do Mororó muito auxiliará na regulação da vazão d’água.

Em Nova União, distribuindo arame e cerca, a Sedam cadastrou 16 produtores rurais, aos quais estimulou para a proteção e recuperação de nascentes de cursos hídricos.

VIVEIROS
Com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental deverá instalar seis viveiros em Ariquemes, Espigão d’Oeste, Jaru, Pimenta Bueno e Rolim de Moura, para produzir mudas de essências florestais nativas.

As mudas serão distribuídas aos produtores rurais para recompor áreas degradadas de nascentes de rios e matas ciliares.

MAIS QUE IMPORTANTE


► Desde a década de 1990, a extração de água para consumo nos centros urbanos do Brasil aumentou 25%, percentual que é o dobro do avanço do Produto Interno Bruto (PIB) per capita [por cabeça] dos brasileiros no mesmo período.

► Quanto maior é a renda de uma pessoa, mais ela tende a consumir e maior é seu gasto de água.

► O Brasil consome 356 bilhões de metros cúbicos por ano. É o quarto maior consumo do mundo, perdendo para a China, a Índia e os Estados Unidos.

► Nove estados já ultrapassaram ou estão no limiar do estresse hídrico. Nessa conta, além dos tradicionais estados áridos do Nordeste, entram os mais urbanizados e desenvolvidos.

 

MONTEZUMA CRUZ

 

 


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