
Redação, Porto Velho RO, 28 de dezembro de 2025 — A principal rodovia federal que corta Rondônia vive um momento de forte discussão pública em dezembro de 2025. A concessão da BR-364 — que prevê pedágio eletrônico ao longo de quase 700 quilômetros entre Porto Velho e Vilhena — tem sido alvo de críticas por tarifas consideradas elevadas e obras de infraestrutura tidas como tímidas, enquanto mobiliza motoristas e moradores por conta de impactos no tráfego local, especialmente sobre a ponte do Rio Machado, em Ji-Paraná.
Pedágio caro
O contrato de concessão da rodovia, vencido pela empresa Nova 364, prevê a cobrança de pedágio eletrônico na modalidade free flow — sem cabines físicas — ao longo dos 686,7 km de rodovia. O modelo é apresentado como moderno, mas gerou insatisfação entre usuários e especialistas, principalmente pela falta de concorrência no processo licitatório e pela percepção de que a tarifa, de cerca de R$ 0,19 por quilômetro rodado, pesa significativamente no bolso dos rondonienses.
Uma viagem completa entre Porto Velho e Vilhena pode custar cerca de R$ 130 em pedágio apenas de ida, e transportadoras afirmam que o aumento nos custos de frete — estimado entre 40% a 60% — tende a ser repassado aos consumidores em produtos básicos como alimentos e combustíveis.

Embora a concessionária tenha projetado investimentos iniciais na ordem de R$ 360 milhões, especialistas comparativos apontam que esse valor é modesto diante da potencial arrecadação anual, que pode ultrapassar R$ 1 bilhão com a circulação de veículos pesados e transporte de cargas.
Tráfego travado
Às mudanças tarifárias e às críticas ao modelo de concessão somam-se os transtornos viários que já vêm afetando o dia-a-dia na rodovia. No trecho que corta Ji-Paraná, a ponte sobre o Rio Machado passou a operar em sistema de “Pare e Siga” 24 horas por dia devido a uma manutenção estrutural urgente necessária nas juntas de dilatação — peças essenciais para absorver variações térmicas e o peso dos veículos.
A intervenção começou em meados de dezembro e provocou lentidão significativa no tráfego, exigindo paciência e atenção redobrada dos motoristas que trafegam pela BR-364 na região. As equipes trabalham na substituição das juntas de dilatação e dos componentes de apoio, com foco em garantir maior estabilidade e conforto aos usuários.

Moradores e condutores foram orientados a reduzir a velocidade, respeitar a sinalização e evitar ultrapassagens no trecho sob controle do “Pare e Siga”, que inicialmente estava programado para seguir até o fim de dezembro.
Atualização recente, divulgada por fontes locais, indica que os reparos na ponte foram concluídos antes do prazo previsto, com a liberação total do tráfego, após a antecipação do cronograma de obras pela concessionária, o que trouxe alívio aos usuários da rodovia.
Debate segue na sociedade
As questões envolvendo a concessão da BR-364 seguem no centro de debates entre autoridades, empresários e representantes da sociedade civil em Rondônia, incluindo pedidos de maior transparência sobre o contrato, cronograma de obras, tarifa de pedágio e impactos econômicos para a população a longo prazo.
Enquanto isso, a rodovia — que é um eixo vital de escoamento de produção agrícola, transporte de passageiros e logística regional — continua a influenciar diretamente a rotina e os custos de quem vive no estado, deixando claro que a infraestrutura e a gestão da BR-364 estão entre os temas mais sensíveis da agenda pública em 2025.
Fonte: noticiastudoaqui.com