O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, prestou depoimento nesta segunda-feira (9/6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e confirmou as informações fornecidas em sua delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR). No entanto, ao detalhar os fatos, Cid adotou uma estratégia que, segundo especialistas, buscou minimizar a gravidade das ações discutidas nos bastidores do governo Bolsonaro após as eleições de 2022, tratando parte do conteúdo como “bravatas” e “conversas de bar”.
Cid foi o primeiro dos oito réus ouvidos na semana pela Primeira Turma do STF, em uma série de interrogatórios que integram a ação penal 2.668, relacionada à tentativa de golpe de Estado e outras infrações contra o Estado Democrático de Direito. O ex-presidente Jair Bolsonaro também figura entre os acusados, ao lado de ex-ministros e militares de alta patente.
Durante o depoimento, Cid afirmou que, embora tenha participado de reuniões e repassado informações envolvendo a redação de uma minuta que previa a decretação de estado de sítio e a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), muitos dos diálogos e ideias debatidas à época não passavam de manifestações informais. “Eram reclamações típicas de grupos de WhatsApp, sem intenção real de serem colocadas em prática”, disse.
Ao comparar a retórica golpista de colegas militares com o comportamento impulsivo de um torcedor após perder um pênalti, Cid disse que os comentários não passavam de “desabafos”. “Era como se alguém dissesse ‘esse cara tem que morrer’ num momento de raiva, sem nenhuma ação prática por trás”, exemplificou.
A tentativa de esvaziar o conteúdo dos encontros e mensagens, segundo analistas jurídicos ouvidos pela Folha, pode ter como objetivo suavizar a responsabilidade penal de outros envolvidos, inclusive de Bolsonaro. Ainda assim, a reafirmação de episódios narrados em sua delação mantém a validade do acordo de colaboração firmado com a PGR.
Cid também reforçou, em diversas ocasiões, seu papel de “anteparo” de Bolsonaro — termo já utilizado em sua delação para sugerir que, embora presente em reuniões e transmissor de recados, não tinha capacidade de decisão ou comando sobre os assuntos mais graves.
Ele afirmou que Bolsonaro teve conhecimento e participou da edição de minutas antidemocráticas, mas tentou dar a entender que o ex-presidente teria descartado a ideia. Ainda assim, o militar reconheceu a existência de articulações e contatos com militares e civis que propunham medidas inconstitucionais para reverter a derrota eleitoral de 2022.
Cid é um dos oito réus considerados parte do “núcleo operacional” da suposta trama golpista. Além dele e do ex-presidente, são acusados:
Todos respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de bem tombado.
Após o depoimento de Cid, a sessão foi encerrada. O STF retomará os interrogatórios nesta terça-feira (10/6), com a oitiva do almirante Almir Garnier. A semana será marcada por audiências intensas, com previsão de encerramento na sexta-feira (13/6), conforme cronograma estabelecido pelo ministro relator Alexandre de Moraes.
Fonte: noticiastudoaqui.com
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
Leia mais
(69)3901-3176
(69)3901-3176
(69) 3901-3167
(69) 3214-4647
(69) 3224-6380