AMBIENTE ACADÊMICO DEGRADADO - Professor chama assédio sexual de paquera: “O que mais essa boca faz?”


“Essa boca serve só para comer ou para outra coisa?”; “Preciso testar física nessa bunda”; “Teu bumbum é muito bonito”. Essas são algumas das mensagens que o professor Carlos Eduardo Gouveia Guedes, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap), mandou para alunas em mensagens privadas no Instagram e no WhatsApp.

Incomodadas com as abordagens do professor de física, seis alunas resolveram denunciá-lo em novembro de 2019. Elas tinham entre 15 e 17 anos quando foram assediadas por ele.

O caso ocorreu no campus Porto Grande, do Ifap, e é uma das histórias apuradas pelo Metrópoles para a reportagem especial O assédio sexual nos câmpus em 128 atos, publicada nesta terça-feira (24/6).

A partir de documentos obtidos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), o Metrópoles analisou 128 processos administrativos disciplinares (PADs) instaurados em universidades e institutos federais para investigar condutas de conotação sexual cometidas por professores e servidores. Os documentos revelam que estudantes, professoras e funcionárias têm sido vítimas de constrangimentos, agressões e até estupros em câmpus de todo o Brasil.

O caso envolvendo Carlos Eduardo resultou na demissão do docente, em janeiro de 2021.

No curso do PAD, as alunas prestaram depoimento e entregaram prints das mensagens encaminhadas pelo professor. Segundo o relato de uma das estudantes, Carlos Eduardo pediu fotos dela, chamou-a de “gostosa” e perguntou se os “pelos pubianos” dela eram ruivos. Também teria provocado: “O que mais essa boca faz?”.



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