SOFRENDO IMPACTO - Frigoríficos de MS suspendem produção para os EUA após tarifa de 50%; setor busca alternativas para evitar prejuízos

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Redação, Campo Grande (MS), 15 de julho de 2025 - A indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul enfrenta um momento de tensão e reestruturação após o anúncio de uma tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a carne brasileira. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, levou ao suspensão imediata da produção destinada ao mercado norte-americano por parte de algumas das principais empresas do setor no estado.

A decisão, classificada como estratégica e preventiva, foi confirmada nesta segunda-feira (15) pelo governo estadual e pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems).

A paralisação afeta, até o momento, quatro unidades frigoríficas: JBS (Campo Grande), Naturafrig, Minerva Foods e Agroindustrial Iguatemi.

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Impacto direto na logística e no comércio exterior

A logística de exportação da carne bovina exige um planejamento que, em média, demanda 30 dias para que o produto chegue aos Estados Unidos. Com a nova tarifa a poucos dias de entrar em vigor, os frigoríficos optaram por suspender as remessas para evitar o acúmulo de estoques e prejuízos com cargas que ficariam retidas ou chegariam com o custo adicional já aplicado.

“Não há como manter a produção para um mercado que passará a impor uma taxa inviável para a competitividade do nosso produto. Essa suspensão é uma medida de contenção de danos”, explicou Alberto Sérgio Capucci, vice-presidente do Sincadems.

A JBS, uma das gigantes do setor, teve sua autorização para exportar carne para os EUA suspensa pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A medida reforça o impacto do cenário regulatório sobre as exportações sul-mato-grossenses.

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Redirecionamento da produção: desafios e alternativas

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, confirmou que as empresas estão buscando redirecionar a produção já estocada para outros mercados. “Chile e Egito são duas alternativas viáveis, mas há necessidade de adequação técnica, documental e, em alguns casos, de renegociação de preços para garantir competitividade”, afirmou Verruck.

Apesar das dificuldades, o Brasil mantém relações comerciais com mais de 100 países importadores de carne bovina, o que oferece alguma margem de manobra ao setor. Ainda assim, analistas alertam para os riscos de perda de mercado e instabilidade na cadeia produtiva, caso o impasse com os EUA se prolongue.

Queda significativa nas exportações pode afetar economia estadual

Segundo dados da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), a carne bovina desossada e congelada representou, em 2025, 45,2% de todas as exportações do estado para os Estados Unidos, com movimentação superior a US$ 142 milhões. Em 2024, esse mesmo item havia gerado US$ 78 milhões, ocupando a segunda posição no ranking de exportações.

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A expectativa é que a interrupção temporária represente uma queda significativa nas receitas de exportação do setor no segundo semestre de 2025, pressionando a economia estadual e afetando empregos diretos e indiretos na cadeia da carne.

Contexto internacional e próximos passos

Especialistas apontam que a decisão dos Estados Unidos está relacionada a disputas comerciais mais amplas envolvendo políticas de competitividade agrícola, subsídios e questões sanitárias. O governo federal ainda não se manifestou oficialmente sobre negociações bilaterais que possam reverter ou mitigar a nova tarifação.

Enquanto isso, os frigoríficos de Mato Grosso do Sul seguem em busca de saídas para minimizar os prejuízos e manter o ritmo de produção e empregos em um dos setores mais importantes para a economia local.

“Estamos diante de um cenário adverso que exige articulação diplomática e rápida adaptação comercial. O setor precisa de suporte para não perder espaço internacionalmente”, concluiu Capucci.


Fonte:
noticiastudoaqui.com


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