Alvo da PF, governador de Alagoas é afastado por ordem do STJ



 

O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi afastado do cargo na manhã desta 3ª feira (11.out.2022), por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele é alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) deflagrada nesta data.

O pedido de afastamento partiu da PF e teve o aval do MPF (Ministério Público Federal). A investigação, que corre sob sigilo, apura crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

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A decisão foi da ministra do STJ Laurita Vaz. A magistrada enviará o caso para a Corte Especial do Tribunal analisar se confirma ou não as medidas adotadas. Conforme a ministra, o inquérito deverá permanecer em sigilo por enquanto. Ela divulgou um comunicado sobre a decisão. Leia a íntegra (93 KB).

Paulo Dantas é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disputará o 2º turno das eleições para governador do Estado com Rodrigo Cunha (União Brasil), aliado do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Dantas recebeu 46,64% dos votos válidos no 1º turno. Cunha, 26,79%.

A decisão judicial causa um problema para Lula: o petista tem ato de campanha marcado para 5ª feira (13.out) na capital alagoana. Paulo Dantas participaria.

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Dantas foi eleito deputado estadual em 2018. Em maio de 2022, foi eleito indiretamente em maio para um mandato-tampão no governo de Alagoas. O pleito foi realizado depois da saída do então governador Renan Filho (MDB) para disputar uma vaga ao Senado. Filho foi eleito senador em 2 de outubro.

As autoridades investigam a prática “sistemática” de desvios de recursos públicos que ocorre desde 2019 na Assembleia Legislativa de Alagoas. O caso é apurado na “Operação Edema”.

Segundo a PF, foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão em imóveis relacionados aos investigados. As medidas também envolvem sequestro de R$ 54 milhões em bens e valores.

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“A necessidade e a urgência das medidas cautelares cumpridas na manhã de hoje – que incluem busca e apreensão, sequestro de bens, afastamentos de função pública, ente outras medidas – foram amplamente demonstradas nos autos da investigação policial e corroborada pelo Ministério Público Federal, o que subsidiou a decisão judicial”, disse a PF, em nota.

Poder360 entrou em contato com Paulo Dantas e solicitou manifestação sobre o afastamento do cargo e sobre a operação da PF, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.

Ao Poder360 o advogado de Dantas, Bruno Teixeira, disse que sua equipe ainda não teve acesso à decisão. “De qualquer forma, apesar da surpresa, temos certeza que, com conhecimento dos fatos e a serenidade que o momento pede, tudo será devidamente esclarecido, inclusive, com a brevidade necessária para se evitar o indevido uso político do caso”, declarou.

Ao Poder360, a assessoria de imprensa do Governo de Alagoas informou que ainda não há “posição oficial” sobre o caso.

Leia a íntegra da nota da PF, divulgada às 9h36 de 11.out.2022:

“A Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumprem, na manhã desta terça-feira (11/10), medidas cautelares determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça no bojo da “Operação Edema”, que apura a prática sistemática de desvios de recursos públicos que ocorre desde o ano de 2019 no âmbito do Poder Público do Estado de Alagoas. Uma das determinações foi o afastamento cautelar do governador.

“Ao todo, foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão em imóveis vinculados aos investigados. Conforme a decisão judicial, a partir de hoje, os investigados estão impedidos de manter contato entre si e de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação. As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões. Dezenas de imóveis foram objetos de constrição.

“A necessidade e a urgência das medidas cautelares cumpridas na manhã de hoje – que incluem busca e apreensão, sequestro de bens, afastamentos de função pública, dente outras medidas – foram amplamente demonstradas nos autos da investigação policial e corroborada pelo Ministério Público Federal, o que subsidiou a decisão judicial.

“A investigação, ainda em sigilo, aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Também nesta terça-feira, o vice-governador será comunicado a respeito da ordem judicial de afastamento do governador do cargo.

“*As informações estão restritas a esta nota.”

(Poder360)



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