Exclusivo: dólar revela por que foi a R$ 6



 

 

 

 

 

 

 

 

 

'A porta estava aberta, não tinha teto, o bolso do contribuinte estava furado e ouvi ministros do governo gritando que se tivesse corte de gastos pediriam demissão'

cia dessas precisa ser justificada.

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— O que é “extravagância”?

— No seu caso, superar uma marca estratosférica que nunca tinha sido superada.

— Ué, tudo tem a primeira vez.

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— Se começar nesse tom nós vamos ter problema.

— Já ouvi isso em algum lugar.

— Ótimo. Então se comporte e responda direitinho as perguntas dirigidas a você.

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— Respondo se eu quiser.

— Sr. Dólar, vamos deixar uma coisa clara: o fato de o senhor ser uma moeda estrangeira não o exime dos deveres locais. Lembre-se de que o senhor está em solo brasileiro.

— Como é que eu estou no solo se passei de R$ 6? No mínimo estou no espaço.

— Seja como for. É espaço brasileiro. Pode começar a se explicar.

— Tá bom. O que você quer saber?

— Já falei. Por que o senhor rompeu a barreira dos R$ 6?

— Não era uma barreira. Não tinha parede, cancela, nem mesmo porta. Não precisei romper nada.

— Rompeu, sim! E deu motivo pro mercado ficar enchendo o nosso saco.

— Vou repetir: não tinha barreira pra entrar nos R$ 6. Não tinha muro, parede… Aliás, não tinha nem teto, né?

— Isso é uma provocação?

— Não. É uma constatação.

— Quem falou que não tem teto?

— Ué? Vocês não sabem? Não foram vocês que tiraram?

— Não admito esse tipo de acusação! Temos preocupação com a moradia e defendemos os sem-teto.

— Tudo bem. Mas vou estar mentindo se eu disser que vi teto. O que vi foi um negócio chamado calabouço…

— Arcabouço.

— Isso aí. Foi até difícil traduzir pro inglês.

— Como o senhor traduziu?

— Fiz uma tradução livre, que não sou lá tão estudado assim.

— Que tradução?

— Falei pro pessoal que “arcabouço” quer dizer aproximadamente “mão no bolso” (dos outros).

— Mentira! Fake news! Desinformação!

— Calma. Você preferia que eu falasse do teto furado? Bolso furado não fica mais simpático?

— Não sei. Você está me confundindo. Você é só uma moeda estadunidense, não venha tentar me dar lição sobre o Brasil.

— Não quis ofender. Só estou tentando responder o que você me perguntou. Vou resumir: passei dos R$ 6 porque a porta estava aberta, não tinha teto, o bolso do contribuinte estava furado e ouvi ministros do governo gritando que se tivesse corte de gastos pediriam demissão. Como ninguém foi demitido, pensei: “Liberou geral”. E fui em frente. Estou errado?

— Está completamente errado. Inclusive irei pedir ao companheiro Celso Amorim para cassar seu alvará de funcionamento no Brasil. Dólar não entra mais aqui. Vamos substituí-lo por outra moeda mais empática.

— Fiquem à vontade.

— Então, adeus.

— Adeus.

— Só uma última coisa, Sr. Dólar.

— Pois não.

— Pode trocar 50 mil pra minha sobrinha que tá indo pra Nova York?

(revistaoeste)



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