
Por Redação, 12/06/2025 – A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido tem como base a suspeita de que Machado teria atuado para viabilizar a saída ilegal do Brasil do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e réu no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo apuração da CNN Brasil, Gilson Machado teria procurado, em 12 de maio de 2025, o consulado de Portugal no Recife (PE) com o objetivo de viabilizar um passaporte português para Mauro Cid. A ação levantou suspeitas da PF, especialmente por se tratar de um investigado por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A PGR manifestou-se favoravelmente à investigação e encaminhou o caso para apuração formal pela Polícia Federal.
Campanha para Bolsonaro também é investigada
Outro ponto que chamou atenção das autoridades foi a campanha de arrecadação de doações promovida por Machado em favor de Bolsonaro. Em postagens nas redes sociais, o ex-ministro pediu contribuições para ajudar o ex-presidente a pagar custos com advogados, despesas médicas e auxílio ao filho Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos Estados Unidos.
Essa campanha foi considerada uma releitura da "vaquinha" de 2023, que arrecadou mais de R$ 17 milhões via Pix, de acordo com relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). À época, os recursos também foram destinados à defesa de Bolsonaro em diversas frentes judiciais.
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) gravou um vídeo agradecendo o gesto de Machado, mas recusou publicamente a ajuda financeira.
Gilson Machado nega acusações
Em nota à imprensa, Gilson Machado afirmou que não foi intimado pela Polícia Federal ou pela PGR e que só tomou conhecimento da investigação por meio da imprensa. Ele negou qualquer envolvimento com Mauro Cid e declarou que o contato com o consulado português foi feito apenas para renovar o passaporte de seu pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães.
“Jamais tentei ajudar qualquer pessoa a deixar o país ilegalmente. Meu contato com o consulado teve finalidade familiar e legítima”, afirmou Machado.
Mauro Cid e a investigação do golpe
Mauro Cid está no centro das investigações que apuram uma tentativa de ruptura institucional após as eleições presidenciais de 2022. Ele é réu em ações no STF e já firmou acordo de colaboração premiada, revelando detalhes de movimentações nos bastidores do governo Bolsonaro.
Caso se confirme a tentativa de retirada de Cid do país, Gilson Machado poderá responder por crimes como obstrução de justiça e auxílio à fuga de réu, agravando o cerco judicial contra figuras ligadas ao ex-presidente.
A PF já iniciou diligências preliminares para apurar os fatos. O caso está sob supervisão direta do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Fonte: noticiastudoaqui.com