USANDO A 'CRIATIVIDADE' - PF INDICIA BOLSONARO, RAMAGEM E CARLOS BOLSONARO EM ESQUEMA ILEGAL DE ESPIONAGEM

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Redação - 17 de junho de 2025 – A Polícia Federal (PF) concluiu e enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito que investiga a atuação de uma suposta estrutura clandestina de espionagem dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apelidada de "Abin Paralela". De acordo com a PF, a rede atuava à margem da legalidade, com finalidades políticas e pessoais durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Foram formalmente indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro; o deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ); o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente; e o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Além deles, outras 31 pessoas estariam envolvidas e também foram alvos do indiciamento.

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Acusações e funcionamento da “Abin Paralela”

Segundo a investigação, a “Abin Paralela” teria sido criada para monitorar ilegalmente adversários políticos, autoridades públicas, jornalistas e até membros do próprio governo. A estrutura teria operado fora dos mecanismos de controle institucional da agência, valendo-se de ferramentas de espionagem sem autorização judicial, em violação à legislação brasileira.

A PF aponta que o esquema era liderado politicamente por integrantes do núcleo duro do governo Bolsonaro, com Ramagem coordenando tecnicamente a operação durante sua gestão como diretor da Abin (2019-2022).

Carlos Bolsonaro, de acordo com os investigadores, exercia um papel central na comunicação entre os operadores da estrutura clandestina e o núcleo familiar do ex-presidente, sendo considerado um dos principais articuladores das ações de inteligência paralela.

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Repercussão política

O indiciamento de figuras centrais do bolsonarismo reacende o debate sobre o uso político de órgãos de Estado e representa um novo capítulo no cerco judicial ao ex-presidente. Jair Bolsonaro já é alvo de outras investigações no STF, incluindo o caso das joias sauditas e da tentativa de golpe após as eleições de 2022.

A oposição no Congresso Nacional já articula a convocação de Ramagem e Corrêa para explicações públicas. Parlamentares da base aliada do governo Lula classificaram o caso como “gravíssimo” e defendem a reformulação completa da Abin.

Por outro lado, aliados de Bolsonaro acusam a PF de perseguição política. Em nota publicada nas redes sociais, a defesa do ex-presidente afirmou que "os indiciamentos não se sustentam juridicamente" e que "serão contestados nas instâncias adequadas".

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Caminho judicial

Com o envio do inquérito, caberá agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar os autos e decidir se oferece denúncia ao STF contra os indiciados. Se a denúncia for aceita, eles passarão a responder como réus em ação penal.

O caso, que remonta a práticas clandestinas de inteligência em governos autoritários, coloca novamente em xeque a relação entre os poderes da República e a segurança das instituições democráticas no Brasil.

Fonte: noticiastudoaqui.com


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