
Felipe Vono, advogado e militante do MTST, participou do ato na Faria Lima e recebe salário de R$ 10,2 mil como assessor parlamentar
Redação, Brasília, 03 de julho de 2025 – O advogado Felipe Vono, um dos porta-vozes da ocupação do prédio do Itaú na Avenida Faria Lima, em São Paulo, é assessor parlamentar da deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Vono também integra o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), organizador da ação que levou dezenas de militantes à sede do banco, um dos símbolos do setor financeiro no país.
Segundo registros oficiais da Alesp, Felipe Vono ocupa cargo comissionado no gabinete da deputada e recebe um salário mensal de R$ 10.267,51.
A ocupação, ocorrida nesta semana, teve forte repercussão política e midiática. Militantes reivindicaram ações concretas contra o déficit habitacional, denunciaram os lucros bilionários dos bancos e exigiram a taxação de grandes fortunas. O ato gerou reações divergentes: enquanto parlamentares da esquerda o classificaram como legítima expressão popular, políticos da oposição e representantes do setor financeiro criticaram o movimento e cobraram apuração de responsabilidades.
Vínculo político e atuação social
Felipe Vono tem trajetória conhecida no ativismo social e jurídico em defesa de moradia digna. Como advogado, já atuou em ações judiciais ligadas ao MTST e participou de campanhas políticas ligadas à esquerda. Seu vínculo com Ediane Maria — deputada eleita por movimentos populares e ligada a pautas sociais — reforça a sintonia entre sua atuação institucional e militante.
A deputada Ediane ainda não se pronunciou oficialmente sobre a participação de seu assessor na ocupação. Nos bastidores, aliados alegam que a atuação de Vono se dá fora do expediente institucional e está alinhada com as causas defendidas pela parlamentar.
Repercussão
A revelação do vínculo de Vono com a Alesp provocou críticas de parlamentares da base governista e da oposição, que questionaram o uso de cargos públicos por ativistas envolvidos em ações consideradas radicais. Para setores mais conservadores, a ocupação do Itaú foi um “ato de vandalismo” e um “ataque ao setor produtivo”.
Já entidades de moradia e movimentos sociais afirmam que a participação de assessores políticos em mobilizações populares é legítima e representa a intersecção entre luta social e ação legislativa.
O caso reacende o debate sobre os limites entre ativismo e função pública, especialmente em um cenário de polarização política e forte pressão por mudanças nas políticas urbanas e habitacionais.
Fonte: noticiastudoaqui.com