Ex-ministro do STF critica retórica do Executivo e defende diálogo institucional para superar crise entre os Poderes
Redação 03 de julho de 2025 - O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Nelson Jobim, criticou nesta quinta-feira (3) o que classificou como radicalização do governo federal nas críticas ao Congresso Nacional. Em entrevista à CNN, Jobim afirmou que o Executivo tem adotado uma postura perigosa ao tentar opor o Legislativo aos interesses populares.
“O governo radicaliza ao atacar o Congresso como um representante dos ricos, contra uma posição que defende os pobres que seria só do governo”, disse Jobim, ao comentar o crescente embate entre os Poderes.
As declarações de Jobim ocorrem em meio ao impasse entre os dois Poderes após o Congresso derrubar o decreto presidencial que previa aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O Palácio do Planalto justificava a medida como essencial para financiar programas sociais, enquanto parlamentares apontavam excessos e criticavam a falta de diálogo prévio.
"Diálogo é o único caminho institucional"
Para o ex-ministro, o cenário atual exige maturidade política e respeito mútuo entre os Poderes. Ele defendeu o diálogo como única via legítima para resolver o conflito e advertiu sobre os riscos de escalada institucional.
“O Executivo precisa entender que o Congresso é um poder autônomo e legítimo. Divergências não podem ser tratadas como traições ideológicas”, afirmou.
Jobim também lembrou que embates entre Executivo e Legislativo fazem parte da democracia, mas ressaltou que o respeito à institucionalidade deve prevalecer.
Reações no Congresso
As declarações repercutiram entre parlamentares. Integrantes do Centrão e da oposição reforçaram as críticas ao que consideram uma tentativa do governo de concentrar poder e transferir responsabilidades. Por outro lado, líderes governistas minimizam o atrito e afirmam que há disposição para negociar novas alternativas de financiamento.
O episódio marca mais um capítulo nas tensões entre o governo federal e o Congresso, num momento em que questões fiscais e sociais disputam espaço na pauta política. A postura do Executivo, ao apostar em uma narrativa de confronto, tem sido vista com preocupação por setores moderados e por ex-integrantes dos Três Poderes, como Jobim.
Fonte: noticiastudoaqui.com--