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NÃO QUER NEGOCIAR - Brasil aciona os EUA na OMC contra o “tarifaço” de Trump

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Brasília, 6 de agosto de 2025 — O governo brasileiro entregou nesta quarta-feira um pedido formal de consulta à Organização Mundial do Comércio (OMC), denunciando as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

Origem da disputa

  • Em abril de 2025, os EUA já haviam anunciado tarifas de 10% sobre as importações brasileiras.
  • Em 9 de julho, o presidente americano Donald Trump elevou o imposto para 50%, justificando com argumentos relacionados ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, denúncia de “caça às bruxas” e alegações controversas sobre desequilíbrio comercial.
  • A nova tarifa atinge setores-chave como carne bovina, café, açúcar, bens têxteis e siderurgia, embora cerca de 700 produtos tenham sido isentados, incluindo suco de laranja, aeronaves e fertilizantes.
  • A alíquota começou a valer em 6 de agosto de 2025, abrangendo aproximadamente 36% das exportações brasileiras para os EUA.

Fundamentos da ação brasileira

  • O Ministério das Relações Exteriores argumenta que os EUA violaram obrigações centrais da OMC, especialmente a cláusula da Nação Mais Favorecida e os tetos tarifários negociados internacionalmente.
  • O pedido de consulta abre diálogo bilateral com prazo de até 60 dias para tentativa de acordo. Se não houver consenso, poderá ser formado um painel de disputa e posteriormente recorrer ao Órgão de Apelação, atualmente inoperante desde 2019 devido ao bloqueio de indicados pelos EUA.

Posicionamentos oficiais

  • O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin coordenou a estratégia e antecipou que o governo seguiria com o processo.
  • O presidente Lula da Silva descartou diretamente dialogar com Trump, classificando a ideia como uma “humilhação”. Reafirmou a disposição para consultas técnicas e defendeu o respeito à soberania nacional e à independência do Poder Judiciário brasileiro.
  • Em evento do PT no dia 4 de agosto, Lula exigiu rapidez e igualdade nas negociações comerciais, criticando como "inaceitável" a arbitrariedade dos EUA.

Contexto mais amplo

  • A escalada tarifária faz parte de uma crise diplomática iniciada em abril de 2025, envolvendo tarifas, sanções políticas e deportações de brasileiros. Desde o retorno de Trump à presidência, a relação bilateral atingiu seu nível mais tenso em décadas.
  • O Brasil reagiu também à aprovação da Lei de Reciprocidade Comercial (Lei nº 15.122/2025), que autoriza medidas retaliatórias comerciais contra países que pratiquem ações unilaterais que afetem interesses nacionais.

Resumo executivo

ElementoDetalhes
Data do pedido à OMC6 de agosto de 2025
Alíquota imposta pelos EUA50% sobre produtos brasileiros
Produtos afetadosCarne, café, aço, têxteis, e mais (~36% das exportações)
Produtos isentosSuco de laranja, aviões, fertilizantes, entre outros (~700 itens)
Base legalViolação da cláusula da Nação Mais Favorecida e tetos tarifários
Fases do litígioConsultas bilaterais (60 dias) → possivelmente painel → apelação inviabilizada atualmente
Posição do BrasilDisposto a diálogo técnico, mas rejeita pressão política direta


Fonte: noticiastudoaqui.com

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