Redação, Brasília, 09 de outubro de 2025 - Com a vaga aberta em breve, acenderam-se nos bastidores intensas articulações políticas sobre quem será o substituto. A disputa envolve diferentes visões sobre legitimidade, equilíbrio institucional e influência entre Executivo e Judiciário.
A tendência “moderada” entre ministros do STF
Fontes próximas à Corte revelam que alguns ministros simpatizam com a ideia de um perfil político mais negociador e moderado, como é o caso do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O argumento é que ele tem histórico de diálogo com o STF, inclusive em momentos de crise institucional, e poderia contribuir para mitigar tensões entre os Poderes.
Essa preferência interna pode indicar uma resistência ao fortalecimento de indicações com perfil estritamente alinhado ao Executivo.
A aposta de Lula: Jorge Messias
Por outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já manifesta preferência por Jorge Messias, atual advogado-geral da União, como nome para a cadeira que será deixada por Barroso. Messias é visto no Planalto como figura de confiança política e jurídica, com ligação histórica ao PT.
Além de Messias e Pacheco, outros nomes aparecem como cotados para ocupar a vaga:
- Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)
- Vinícius Carvalho, da Controladoria-Geral da União (CGU)
Segundo apurações, no círculo interno de Lula existe a ideia de que a indicação pode servir não apenas ao STF, mas a jogadas políticas mais amplas — sobretudo no estado de Minas Gerais.
Um dos esquemas mencionados é que, se Pacheco aceitasse se lançar candidato ao governo de Minas Gerais (com apoio do Planalto), a promessa de indicá-lo para o Supremo, caso fosse derrotado, serviria como estímulo para sua entrada na disputa eleitoral.
No entanto, Pacheco ainda resiste a essa estratégia, o que complica o projeto do governo.
Autonomia e legitimidade do STF
A maneira como ocorrerá a sucessão de Barroso será observada de perto, especialmente quanto ao grau de autonomia institucional que o STF preservará frente ao Executivo. Uma escolha excessivamente partidária pode gerar críticas de captura política da Corte, enfraquecendo sua credibilidade como poder independente.
Pressão de expectativas e crise de governança
Com o STF em um momento já sensível — marcado por disputas políticas acirradas, investigações constitucionalmente simbólicas e confrontos com o Congresso — a nomeação de um novo ministro acende pressões de governança institucional. Se o escolhido for visto como linha dura com o Executivo ou, ao contrário, como mero aliancista do governo, o ambiente institucional pode sofrer intensificação das disputas.
Reação no Senado e no Legislativo
A sabatina do indicado no Senado será palco de embates políticos. A oposição deverá buscar evidências de servilismo ou viés ideológico, enquanto o governo reforçará os atributos técnicos e jurídicos do nome escolhido. A depender do perfil, há risco de embaraços no processo de aprovação ou desgaste político para o Planalto.
Impacto eleitoral e estratégico
A articulação que conecta a indicação pós-aposentadoria de Barroso com pleitos eleitorais — como o caso de Minas Gerais — revela que a sucessão do Supremo transcende o universo jurídico e se insere como mais uma peça de estratégia política. Se a indicação for percebida como moeda de barganha eleitoral, pode haver retaliações políticas e desconfortos entre as elites do Judiciário.
Fonte: noticiastudoaqui.com