
Redação, São Paulo, 13 de agosto de 2025 – Uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do GEDEC, expôs um escândalo de corrupção envolvendo um auditor fiscal da Fazenda estadual e grandes empresas do varejo. A cisão da investigação teve como estopim o extraordinário salto patrimonial da mãe do auditor – que declara um patrimônio de R$ 411 mil em 2021 e, apenas dois anos depois, informa ter R$ 2 bilhões, conforme consta nas declarações à Receita Federal.
A investigação e a Operação Ícaro
A Operação Ícaro passou por auditorias e quebras de sigilo que revelaram movimentações suspeitas através da empresa Smart Tax Consultoria e Auditoria Tributária, registrada em nome da professora aposentada de 76 anos, mãe do auditor fiscal. A empresa passou de um patrimônio declarado de R$ 411 mil (2021) para R$ 46 milhões (2022) e, finalmente, R$ 2 bilhões (2023).
Como o esquema funcionava
De acordo com o MP-SP, o auditor, supervisor da Diretoria de Fiscalização da Fazenda, manipulava processos administrativos para agilizar a liberação de créditos tributários (ICMS) para empresas como Ultrafarma e Fast Shop. Em troca, recebia propinas disfarçadas como pagamentos para a Smart Tax, empresa de fachada controlada pela mãe.
Na casa de um outro fiscal envolvido, foram apreendidos valores em espécie, criptomoedas, dólares e euros. Um casal suspeito de atuar no braço de lavagem de dinheiro foi encontrado com esmeraldas e cerca de R$ 1 milhão em espécie.
Os principais envolvidos
- Auditor fiscal Arthur (Artur) Gomes da Silva Neto – apontado como o operador principal, manipulava pedidos de restituição com seu próprio certificado digital.
- Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, executivo da Fast Shop – presos por corrupção ativa e pagamento de propinas.
- Kimio Mizukami da Silva, 76 anos – mãe do auditor, usada como laranja para receber valores milionários.
- GEDEC e MP-SP – responsáveis pela investigação e Operação Ícaro, que deflagrou a operação nesta terça-feira (12 de agosto).
Reações e desdobramentos
- O fiscal teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propina desde 2021.
- O envolvimento de outras empresas do varejo está sendo investigado, com possibilidade de ampliação do escopo.
- A Secretaria da Fazenda de SP instaurou procedimento administrativo e abriu investigação interna, afirmando que está colaborando com as autoridades.
- Fast Shop também declarou colaboração com as investigações, enquanto a defesa dos envolvidos ainda não se posicionou.
Panorama do caso
Elemento | Detalhes |
---|---|
Crescimento patrimonial | De R$ 411 mil (2021) para R$ 2 bilhões (2023) via Smart Tax |
Método do esquema | Manipulação de créditos tributários por auditor + pagamentos laranjas |
Empresas envolvidas | Ultrafarma, Fast Shop, possíveis outras do varejo |
Crimes investigados | Corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro |
Desdobramentos esperados | Novas prisões, investigação de mais empresas, ações judiciais |
Conclusão
A Operação Ícaro expôs um sofisticado esquema de corrupção tributária que utilizou relações familiares e empresas de fachada para desviar valores bilionários do Estado. O caso acende um sinal grave sobre fragilidades nos controles públicos e na fiscalização tributária, além de comprometer a confiança nas instituições. À medida que a investigação avança, o aparato judicial e administrativo deve preparar respostas à altura da gravidade dos fatos.
Fonte: noticiastudoaqui.com